terça-feira, 29 de agosto de 2017

Leituras do Mês: Agosto! #2017


Olá, pessoinhas! Como vocês estão?

Quero começar esse post com um desabafo: eu não sei o que está acontecendo, mas estou tendo muita dificuldade em avançar com as minhas leituras. No mês passado eu terminei o incrível O Nome do Vento e já quis começar O Temor do Sábio, mas esse livro tem quase 1.000 páginas e, no ritmo que estou, demoraria mais de um mês para lê-lo. A questão é que não me toquei disso e comecei a ler o livro em agosto, e cheguei ao dia 14 do mês tendo lido apenas 80 páginas do livro, e nada mais.

Isso mesmo. Era metade do mês e eu não havia lido nada.

Eu entrei em pânico. Faz uma década que não passo um mês da minha vida sem ler um livro. Será que tem algo de errado comigo? Decidi pegar os três livros mais curtos da minha pilha de não lidos e calcular quantas páginas por dia teria que ler para finalizar os quatro até o fechamento do mês. Começando no dia 15 e sem contar os finais de semana (nos quais eu trabalho muito e não tenho tempo para ler, ou vou para casa do meu namorado em outra cidade e não levo livros) eu tinha 13 dias para ler 3 livros com em média 250 páginas.

Quase não consegui.

Livros

A Rebelde do Deserto A Sorte do Agora Graffiti Moon Garra

Li quatro livros esse mês e já resenhei os quatro, e irei soltar as resenhas durante o mês de setembro!

O primeiro livro que li foi A Rebelde do Deserto, em três dias. O livro conta a história de Amani, uma garota que nasceu na Vila da Poeira, uma pequena cidade no meio do deserto cuja influente fábrica de armas produz armamento e munição para todo o país. Depois da morte da mãe o sonho de Amani é sair da Vila e ir para a cidade grande, onde ela poderá escolher seu destino e não será mais obrigada a se casar com o terrível tio. Mas seu plano toma um rumo diferente quando ela acaba se envolvendo numa revolução política e sobrenatural que visa retirar o sultão atual do poder. Eu não esperava muito da leitura e confesso que me surpreendi - o livro tem narrativa ágil, Amani é uma ótima protagonista e eu adorei a mitologia árabe abordada pela autora.

Em seguida li A Sorte do Agora, também em três dias. Nunca havia lido nada do autor, apesar de já ter assistido ao filme O Lado Bom da Vida (que achei meio meh), e adorei a leitura! O livro conta a história de Bartholomew Neil, um homem de 40 anos cuja mãe acaba de falecer devido a um câncer no cérebro. Bart não é neurotípico e está tendo um pouco de dificuldades para lidar com o luto, e nisso ele acaba deixando o padre da paróquia local morar em sua casa, se torna amigo de um homem que também está de luto (pela perda da sua gata) e está apaixonado por uma moça que foi abduzida por alenígenas. O livro parece pitoresco, mas é apenas um conjunto de cartas/dário que Bart escreve, contando sua vida ao famoso ator Richard Gere.

Depois disso li Graffiti Moon, em quatro dias. O livro se passa durante uma madrugada depois do último dia do ensino médio de Lucy, uma garota que é artista de vidro e cujo sonho é conhecer uma famoso grafiteiro de sua cidade, o Sombra. Durante essa madrugada Lucy se junta ao não tão amigo Ed e juntos eles vão caçar o grafiteiro, conversando sobre a vida, o universo e tudo o mais. É um livro coming-of-age simples, mas eu gostei muito da história. A autora faz várias referências a arte (as quais coloquei na minha resenha), mas já adianto que eu estou apaixonada pelas obras do artista de vidro Dale Chihuly.

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OLHA ISSO! É vidro! Colorido! ARTE!!!
Por último, li o livro Garra, em 5 dias. Mas daí você me pergunta: Nath, você não ia ler três livros? E não tinha apenas 13 dias? Com os três livros anteriores você já usou 10 dias, com mais cinco dias passaria do prazo!

Não tema, caro leitor. Acontece que ler Garra não estava nos meus planos: o professor de Prática do meu curso nos passou 100 páginas deste livro para ler para uma atividade em aula, e eu me interessei pelo livro e o troquei com uma pessoa pelo skoob plus. No início do mês eu demorei dois dias para ler as 100 páginas, e assim que ele chegou eu só precisei ler mais 200 em três dias. Ah, a matemática.

Enfim, Garra é um livro diferente do que estou acostumada a ler pois ele é do gênero de não-ficção: na verdade o livro apresenta os resultados de uma extensa pesquisa que a autora Angela Duckworth realizou para descobrir como atingir o sucesso. Apesar do livro ser bastante interessante e os dados da pesquisa serem consistentes, ainda terminei a leitura com uma sensação de que o livro era quase uma panfletagem da famigerada meritocraria, ideia que eu sinceramente abomino. 
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Enfim, pessoas, é isso que eu li esse mês! Sei que foi pouca coisa, mas estou tentando voltar o ritmo de antes enão sei como. Para setembro vou separar mais quatro livros para ler e me ater à leitura deles. Se eu acabá-los rápido, vou começar O Temor do Sábio.

Mas então, você já leu algum dos livros mencionados? Qual sua opinião sobre a meritocracia? Qual seu personagem favorito de Game of Thrones e por que é o Tyrion Lannister?

Até o próximo post!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

As melhores séries e filmes de: AGOSTO #2017

Uma publicação compartilhada por LAMBERT, Nathalia (@_illuminath) em

Olá, pessoas cheirosas e maravilhosas!

Hoje eu trago o post mensal com todas as marotagens que eu fiz no mês! Minha faculdade voltou no início de agosto, mas admito que isso não me impediu de ter feito um monte de coisas! Meu mês foi bastante agitado - ainda mais do que as minhas férias! - pois fui em vários rolês com meu namorado e com amigos. Nesse final de semana fui no Fun Colors em Atibaia, uma extensão do Holi Fest, e voltamos para casa de madrugada cobertos de anilina e com dor nos pés de tanto pular. Além disso fomos num evento de anime, num parque de diversões e no cinema. 

Foi um mês bastante agitado, então vamos ver o que ele trouxe de bom!

JOGOS



Eu só falei sobre jogos UMA vez aqui no blog (um post incrível sobre The Stanley Parable, dê uma olhada pois é bem louco) e percebi que essa é uma das minhas paixões menos exploradas no blog. Sempre falo de livros e séries, com frequência falo de podcasts, então decidi falar de Portal 2, um jogo que fechei esse mês.

Eu já havia jogado Portal (1) há mais de um ano, e comprado Portal 2 na mesma época, mas a questão é que eu adoro comprar jogos no Steam e só jogá-los um ano depois. Eu costumo aproveitar minhas férias para jogar meus jogos no Steam, pois eu não tenho controle da minha vida e às vezes passo oito horas na frente do video-game. Sério. Acontece que eu tive a brilhante ideia de começar Portal 2 no último dia das minhas férias... Não sou muito esperta.

Enfim, o jogo é uma continuação do jogo anterior, mas que se passa MUITO tempo no futuro, quando a Aperture Science está caindo aos pedaços. Nós somos Chell, uma cobaia humana que ficou muitos anos presa dentro da empresa e cujo sonho é fugir dali, mas é claro que a inteligência artifical que cuida do lugar - e que matou todos os demais humanos dali - não vai permitir.

O diferencial desse jogo é que ele é muito maior que o primeiro, a história se expande bem mais e os puzzles são muito mais desafiadores e interessantes. Não menosprezando o primeiro jogo, que é divertidíssimo, mas esse segundo foi infinitamente melhor. Nós visitamos as instalações antigas da Aperture, conhecemos o Weathley (outra inteligência artifical, tipo a GLaDOS) e o jogo em si é muito maior e mais intrincado, e cheio de easter eggs. Demorei o triplo de tempo para fechá-lo em relação ao primeiro. Foi um puta jogo, e recomendo!

PODCASTS

Conheci vários podcasts espetaculares em Agosto! Como comecei a fazer exercícios durante a tarde eu ganhei uma hora por dia a mais de podcasts. Nesse tempo eu comecei a ouvir três podcasts novos:


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Serial é um podcast que já é espetacularmente famoso e quase todo mundo conhece, então vou me limitar a fazer um breve sumário e comentário sobre ele. Eu ouvi apenas a primeira temporada até agora, que é sobre Adnam Syed. Sarah Koenig é uma repórter investigativa que mergulha no caso de assassinato de Hae Min Lee, uma garota de 16 anos que foi assassinada em 1999. Seu ex-namorado, o muçulmano então com 17 anos Adnam Syed, foi preso e condenado pelo crime. No entanto, quase 20 anos depois do ocorrido, Koenig entra em contato com o caso e percebe que não haviam provas suficientes contra Adnam e que outra pessoa poderia ter cometido o crime. É um documentário extremamente bem feito e interessante, com fatos rápidos e simples de acompanhar, dezenas de entrevistas e áudio original do julgamento. Ouça aqui.



Também comecei o podcast Conversations With People Who Hate Me, o mais novo podcast da Night Vale Presents. Desta vez o podcast não tem nada a ver com coisas fantásticas e absurdas que acontecem numa cidadezinha, mas sim com o ódio real que o ator e criador de conteúdo Dylan Marron sofre. Dylan é um famoso youtuber que fala sobre causa sociais na internet, e diariamente ele recebe várias mensagens de ódio, tanto por seu conteúdo quanto por ser gay e hispânico. Nesse podcast ele liga para pessoas que deixaram mensagens de ódio para ele na internet e ele simplesmente conversa com elas sobre a vida, o universo e tudo o mais. É surpreendentemente wholesome e promove vários debates interessantes. Ouça aqui.


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Por recomendação do Mamilos (que, aliás, voltou das férias com um programa incrível sobre a Venezuela!) ouvi o podcast Invisibilia. Só ouvi dois programas até agora, mas amei absurdamente. Invisibiia é um podcast sobre as coisas invisíveis do dia-a-dia que moldam nossa realidade sem que percebamos. O primeiro programa que ouvi foi How to Become Batman, um programa sobre expectativas que aborda o caso de pessoas cegas que usam uma espécie de sonar para enxergar. O outro porgrama que ouvi foi The Secret History os Thoughts, sobre como pensamentos moldam nosso caráter (ou não!) e que fala do caso de um homem com pensamentos violentos e de um outro homem que ficou anos em estado vegetativo, ainda que consciente. É um ótimo podcast e estou ansiosa para ouvir os demais episódios! Ouça aqui.

FILMES



Eu amo o anime Death Note, e tenho quase certeza de que já falei sobre minha tradição de rever o anime todo fim de ano aqui no blog. É uma das minhas obras de ficção favoritas da vida, tanto pelo roteiro imaginativo meio sobrenatural, meio detetive com um toque de filosofia quanto pelas cenas engraçadas do Ryuk comendo maçãs. 

Mas daí eu vi o filme do Death Note da Netflix.

Eu tenho consciência de que anime e filme são obras diferentes, que o filme foi baseado no anime e não tem obrigação nenhuma de ser exatamente igual, mas o filme simplesmente é mediano, e comprovo isso por que meu namorado assistiu sem nunca ter visto o anime e pensou o mesmo. Estou pensando em fazer um post com as diferenças do anime e do filme, mas quero falar um pouco disso aqui desde já:

01) Primeiro de tudo, mudaram a raça de basicamente todos os personagens. Sei que o filme é americano, mas existem centenas de atores japoneses e descendentes de japoneses nos EUA e poderiam facilmente ter contratado apenas dois, um para ser o Light e o pai dele. Fim. L no original não é japonês, é europeu, e mesmo que eu tenha gostado do ator do L (a princípio) eu também achei a escolha de um ator negro inusitada. Mesmo Watari, que é europeu no original, foi interpretado por um ator asiático. Que bagunça;

02) Mas isso não toca em nada na história, que perde a essência do original. No anime Light é um garoto prodígio que é consumido pelo poder súbito que adquire com o Death Note. Ele se vê como um deus, como a justiça personificada, e é o vilão da história. No filme Light é um adolescente raivoso, cheio de hormônios e que não pensa nos seus atos e comete erros a torto e a direito. No anime Light e L são estrategistas e estão a todo momento tentando pegar o outro numa armadilha, e isso simplesmente não acontece nenhuma vez no filme;

03) O filme foi muito fraco em referências ao anime. Fora as maçãs que aparecem a todo momento, nenhuma cena clássica (como a cena nas batatinhas) está presente no filme. Mesmo a paixão de L por doces foi mal explorada, e o filme não teve momentos cômicos, mas não foi bom o suficiente para ser levado a sério.

Enfim, o filme realmente me decepcionou, e eu fui assisti-lo com o coração aberto. Uma pena.



Em agosto também fui assistir A Torre Negra no cinema. Nunca li os livros - quero muito, só não acho que imprimem mais no Brasil! - e achei o filme o máximo. A Torre Negra conta sobre Jake Chambers, um garoto que perdeu o pai há um ano e desde então tem sonhado com um Torre que fica no centro do universo e o protege das coisas malignas ao seu redor. Também sonha sobre um homem cruel que quer destruir a torre, bem como sobre o Pistoleiro, um homem que deveria salvar a torre mas que perdeu as esperanças. É um filme de fantasia com ação e uma jornada do herói diferente.

Gostei das atuações e dos efeitos especiais. O garoto que faz o Jake Chambers é um ótimo ator, Idris Elba ficou excelente como um herói cansado de seu fardo e o ator Matthew McConaughey fez um ótimo vilão. O que me surpreendeu foi ler resenhas do filme e ver que a maioria dos fãs do livro não gostou da adaptação. Isso me colocou em perspectiva em relação à minha reação a Death Note.

SÉRIES

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Assisti muita série boa em agosto! Vou começar falando do final de Orphan Black. Essa é uma série de ficção-científica sobre uma mulher que descobre que ela faz parte de um extenso experimento com clones humanos, e que ela mesma é apenas entre centenas de clones, todas iguais na aparência, mas muito diferentes na personalidade. Juntando-se com algumas de suas irmãs, elas tentam se livrar das garras da empresa que as patenteou - e que colocou um defeito genético em seu DNA que irá matá-las.

A série tem essa premissa, mas é bem mais que isso. É principalmente uma série sobre família, sobre mães e filhas e irmãs, e eu realmente amei ter acompanhado suas cinco temporadas. A série completa está disponível na Netflix.


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Lembra que mês passado eu disse que a nova temporada de Orange is the New Black estava fraca? Eu terminei de assistir e retiro o que eu disse - apesar do início da temporada ter sido menos sério, os três últimos episódios foram pesados, incluindo tortura e assassinato, e agora todas as nossas personagens tem destino incerto. Essa temporada me tocou muito no final, pois a última cena do último episódio é de deixar qualquer um sem rumo.




A Netflix lançou uma nova série original chamada Atypical, que conta a história de um garoto com autismo chamado Sam. Sam é um garoto do alta performance, sua família sempre fez de tudo para que ele pudesse ter uma vida normal e, depois de muito tempo fazendo terapia, ele finalmente tem sido capaz de lidar com seu autismo no dia-a-dia. Eis que sua psicóloga sugere que ele encontre uma namorada para si, e ele decide seguir o conselho à risca. Mesmo com um pitch meio cômico, a série é bastante sombria em alguns sentidos e fala sobre autismo de uma forma inovadora. São apenas oito episódios de meia hora e eu recomendo a série para pessoas de todas as idades.




MALUCO.

Ontem eu assisti o último episódio da sétima temporada de GoT. Não vou dar spoilers, MAS CARA, CARA, MANO.

MANO.
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E foi isso tudo que eu assisti/joguei em agosto! E aí, já assistiram algumas das coisas mencionadas? De qual casa de GoT vocês são? Beterrabas são vermelhas ou roxas?

Até o próximo post!!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

La Caixita #55 | BOOK HAUL


Olá, pessoas lindas e especiais!

Hoje trago mais uma La Caixita, também popularmente conhecida como Book Haul. Faz três meses que eu não faço um vídeo com o livros novos, e sinceramente nem chegou tanta coisa (considerando o tempo que se passou). Mas só chegaram preciosidades cheirosas. Espero que gostem!



Algumas fotíneas:















É isso por hoje, pessoal! Espero que tenham gostado! Troquei de celular recentemente e ainda estou trabalhando na iluminação nova para os vídeos e fotos, mas logo as coisas se estabilização ;)

Até o próximo post!

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LIVROS!

sábado, 12 de agosto de 2017

A Profecia das Sombras, de Rick Riordan

A Profecia das Sombras
Autor: Rick Riordan

Título Original: The Dark Prophecy
Editora: Intrínseca
É bom?: ★★★★ 3.5
Páginas: 336
Sinopse: Não basta ter perdido os poderes divinos e ter sido enviado para a terra na forma de um adolescente espinhento, rechonchudo e desajeitado. Não basta ter sido humilhado e ter virado servo de uma semideusa maltrapilha e desbocada. Nããão. Para voltar ao Olimpo, Apolo terá que passar por algumas provações. A primeira já foi: livrar o oráculo do Bosque de Dodona das garras de Nero, um dos membros do triunvirato do mal que planeja destruir todos os oráculos existentes para controlar o futuro.  Em sua mais nova missão, o ex-deus do Sol, da música, da poesia e da paquera precisa localizar e libertar o próximo oráculo da lista: uma caverna assustadora que pode ajudar Apolo a recuperar sua divindade — isso se não matá-lo ou deixá-lo completamente louco. Para piorar ainda mais a história, entra em cena um imperador romano fascinado por espetáculos cruéis e sanguinários, um vilão que até Nero teme e que Apolo conhece muito bem. Bem demais. Nessa nova aventura eletrizante, hilária e recheada de péssimos haicais, o ex-imortal contará com a ajuda de Leo Valdez e de alguns aliados inesperados — alguns velhos conhecidos, outros nem tanto, mas todos com a mesma certeza: é impossível não amar Apolo.


Eu já fiz tantas resenhas de livros do Rick Riordan que estou quase decidindo sair dessa vida.

Ha, quem eu quero enganar?

FULL DISCLAIMER: Não vou comparar este livro com nenhum outro livro e/ou saga do tio Rick, mas esta resenha pode ter spoilers dos livros anteriores que compreendem a saga do Acampamento Meio-Sangue (Percy Jackson e Os Olimpianos, Os Heróis do Olimpo e As Provações de Apolo).

 
Amo demais os fãs do tio Rick, pois são todos absurdamente talentosos.

A Profecia das Sombras começa algumas semanas depois do final de O Oráculo Oculto. Apolo, Leo e Calipso tem viajado pelos Estados Unidos e finalmente chegaram em Indiana, local onde eles acreditam que a profecia recebida no livro anterior irá se cumprir. É lá que está o segundo imperador da Triunvirato S. A., o temível e megalomaníaco Cômodo. Cômodo acreditava ser um novo Hércules, por ser forte e jovem, e queria que todos o adorassem como se ele fosse um deus. Parece que suas preces foram ouvidas: ele também ganhou uma imortalidade distorcida. Apolo se lembra bem de Cômodo: estava lá na época em que ele foi imperador e foi amante do mesmo por um tempo, abençoando-o. Agora que é humano, Apolo tem uma terrível ressaca moral pelas coisas que fez enquanto estava junto de Cômodo.

Já encontramos o Bosque de Dodona no primeiro livro, e desta vez Apolo e seus amigos tem que impedir Nero e os demais imperadores de destruir a Caverna de Trofônio, o próximo oráculo da lista. A ressaca moral de Apolo piora quando ele se lembra de como Trofônio e Agamedes, ambos seus filhos semideuses, morreram pedindo a ajuda do pai, que os ignorou.

I’m so glad she’s back
Meg, melhor semideusa <3

Apesar de todas as lembranças terríveis que lhe ocorrem, Apolo sabe que tem que deixar seus arrependimentos de lado para salvar Meg das garras de Nero, bem como impedir que os oráculos sejam destruídos, para poder se tornar deus uma vez mais. Além da ajuda da ex-feiticeira ex-imortal Calipso e do semideus filhos de Hefesto Leo, Apolo acaba encontrando a Estação Intermediária, um lugar mágico comandado por duas ex-Caçadoras de Ártemis, que serve como refúgio para semideuses e outras criaturas. Lá conheceremos novas personagens muito valiosas para a trama.

Eu gostei mais desse segundo livro que do primeiro. Enquanto em O Oráculo Oculto nosso protagonista Apolo ainda estava se acostumando a ser humano e tinha um humor mordaz, neste livro ele parece mais sério. Agora ele compreende o que significa ser mortal, teme pela amiga e mestra Meg e tem que encarar de uma vez por todas as atrocidades que fez quando era deus. Nesse livro temos vários flashbacks do Apolo divino, e percebemos que os deuses não são tão diferentes dos nossos novos vilões imperadores. Apolo era cruel, indiferente e temia o esquecimento. Acreditava ser muito mais importante que os humanos e até os desprezava. 

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Apolo deus vs. Apolo humano (Lester!)

Além de várias cenas de ação e comédia, que são a marca registrada do tio Rick, temos a evolução de Apolo como personagem, que agora reconhece o valor de ser humano. É um livro divertido e rápido de ler como todos os outros, mas ganhou uma profundidade que eu nunca tinha visto em outras histórias dos nossos adorados semideuses.

Confesso que não tinha me apaixonado por O Oráculo Oculto, mas A Profecia das Sombras me convenceu. Apolo, estou torcendo por você! 

O Oráculo Oculto A Profecia das Sombras Resultado de imagem para the trials of apollo book three

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Como ser Mulher, de Caitlin Moran

Como Ser MulherAutora: Caitlin Moran
Título original: How to be a Woman
Editora: Paralela
É bom?: ★★★ 4.5
Páginas: 240
Sinopse: Nesta obra de humor e militância, a jornalista Caitlin Moran rememora suas experiências mais marcantes como mulher, da adolescência à maturidade, e busca abrir um novo caminho para o feminismo ao tratar de temas caros à mulher moderna. A partir de um péssimo aniversário de treze anos, ela fala sobre adolescência, trabalho, machismo, relacionamentos, amor, sexo, peso, maternidade, aborto, moda, compras e modelos de comportamento, sempre com um olhar crítico e muito humor. Nesta mistura de livro de memórias e manifesto feminista, as mulheres podem reconhecer coisas que fizeram, pensaram e disseram.


Como Ser Mulher é um livro medianamente famoso, que ganhou certa notoriedade após ser incluído pela Emma Watson no clube do livro dela, Our Shared Shelf. Nossa eterna Hermione sempre inclui livros de temática feminista no seu clube do livro, e eu fiquei muito surpresa ao ver tantas resenhas negativas no skoob sobre esta obra. Será que as brasileiras não se identificam com o feminismo lá de fora? Durante minha leitura eu entendi por que muitas brasileiras poderiam não gostar do livro.

O livro é um mix de autobiografia com ensaios sobre feminismo. A autora, a jornalista britânica Caitlin Moran, conta várias anedotas de sua vida particular, desde sua infância até o presente (ou, pelo menos, o presente de quando o livro foi publicado). Cada capítulo é focado em falar em um assunto que tange a vida das mulheres (cis): ela fala sobre menstruação, gravidez, padrões de beleza, aborto, enfim, vários assuntos que, queiramos ou não, fazem parte das nossas vidas e são tidos como tabus, apesar de serem totalmente naturais.

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Eu entendo por que muita gente não se conectou com o livro: a autora fala de sua experiência de mulher branca e cis, que raramente se aplica à vida de mulheres trans e negras/asiáticas/indígenas no Brasil. A autora também foca muito em sua heteronormatividade, e as leitoras LGBT+ possivelmente não se identificariam com grande parte do livro, no qual ela fala de sexo (entre homens e mulheres), maternidade, gravidez indesejada e métodos contraceptivos. Entendo a falta de conexão que muitas leitoras podem sentir, e que eu mesma senti em alguns momentos, mas acho que, se o livro é narrado pela perspectiva de vida e das experiências de uma autora branca, cis, hetero e afins, é disso que ela obviamente vai saber falar com propriedade. Não acho que ela saberia falar sobre como é ser uma mulher trans, ou negra, ou lésbica, ou todas as anteriores. Não é o lugar dela de fala.

Dito isso, eu quero ressaltar que realmente gostei do livro. A autora é extremamente divertida, não tem medo de falar mal de outras mulheres (se homens falam mal de outros homens, por que mulheres não podem fazer o mesmo?), fala honestamente sobre suas escolhas de cuidados corporais (porque as mulheres tem que gastar tanto tempo em dinheiro com depilação, quando pelos são algo completamente normal?), fala sobre o aborto que realizou (por que é tão preocupante que mulheres conheçam suas condições emocionais e financeiras e saibam que não querem ter um filho, interrompendo uma gravidez?), e fala até mesmo de relacionamentos abusivos... e relacionamentos no geral (por que é esperado que mulheres se casem e tenham filhos, mas homens não? Com quem as mulheres devem se casar e ter filhos, então???).

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Eu gosto da capa brasileira, mas as capas com a autora são bem mais legais.

O mais importante desse livro, na minha opinião, é que a autora não é nem um pouco politicamente correta. Isso mesmo. Vejo muita gente que não sabe nada sobre o feminismo dizer que hoje tudo tem que ser politicamente correto, ou as feminazis e a ditatura gay vão reclamar. A autora é polêmica, toca em assuntos que são frágeis mesmo dentro da comunidade feminista (como, por exemplo, a opinião dela sobre "gordofobia"), e o livro se beneficiou muito disso. Ela jamais fala de um assunto de forma ofensiva, mas não apoia aquilo que acha errado simplesmente para manter as aparências. 

Não vou dizer que concordo com absolutamente tudo o que a autora falou em seu livro, mas respeito sua honestidade e almejo ter tanta claridade nas minhas crenças quanto ela.

Recomendo este livros para as mulheres que já são feministas esclarecidas. Recomendo este livro para as mulheres que não conhecem absolutamente nada sobre o feminismo. Recomendo este livro para homens que desejem ler um relato honesto de como é ser mulher, tendo em mente que nem todas as mulheres são assim.

Por último, este livro de forma alguma é um manual, pelo simples fato de que não há jeito certo, ou jeito único, de ser mulher. 

Abaixo vou deixar um vídeo no qual a Emma Watson entrevista a Caitlin Moran para seu clube do livro.