domingo, 30 de julho de 2017

As melhores séries e filmes de: JULHO #2017

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"Eu não faço ideia do que estou fazendo com a minha vida".
Olá, pessoinhas marotas! Como vocês estão?

É o fim do mês de julho, e agora vamos entrar no eterno mês de agosto, que dura aprox. 4 meses. Talvez nesse mês infinito eu tenha tempo de ler mais livros, ver minhas séries e escrever meu TCC (tarefa na qual falhei em julho). De fato nas férias não assisti muita coisa, mas sinceramente vi muita coisa de qualidade!

Séries


No mês passado eu li o livro O Conto da Aia (leia minha resenha sobre ele aqui) e, apesar de ter algumas críticas sobre o estilo literário da autora, eu gostei da história e decidi dar uma chance à série do Hulu baseada no mesmo, The Handmaid's Tale. A série é fantástica, e achei melhor que o livro. Me julguem.

A série conta a história de Offred (June), uma mulher que tinha uma vida completamente normal, com emprego, marido e uma filha, até que religiosos fundamentalistas deram um golpe de Estado e transformaram os EUA numa ditadura católica ortodoxa. No futuro a maior parte das mulheres ficou infértil e há uma enorme crise política e ambiental em todo o mundo. Agora Offred, uma das poucas mulheres férteis, foi separada do marido e da filha (que ela sequer sabe se estão vivos) e se tornou uma Aia: uma mulher que é designada para copular com homens importantes, para gerar prole para eles, uma vez que suas esposas são inférteis.

O livro e a série contam a mesma história, com uma ou duas cenas do livro que não estão na série e vice-versa, mas achei a narrativa da série mais organizada e linear. Não me entenda mal, narrativas não-lineares podem ser fantásticas, mas na minha opinião a autora não soube usar o recurso. Realmente adorei o seriado, que tem apenas 10 episódios.


Também estou assistindo a quinta (e última!) temporada de Orphan Black. Essa série é maravilhosa e os episódios saem semanalmente no Netflix. Basicamente, a série segue a história da Sarah Manning e suas clones. Sim! Seu nascimento se deu graças a um experimento genético, e há dezenas de mulheres iguais à ela espalhadas pelo mundo. Ela se junta a algumas delas (a cientista Cosima, a dona de casa Alison e a assassina profissional Helena, dentre outras) para descobrir que planos a empresa de engenharia genética que as criou tem para elas. É uma série incrível e já vai acabar em agosto. Vou sentir falta!



Estou quase terminando a nova temporada de Orange is the New Black, mas confesso que estou achando bem mediana. A quarta temporada foi espetacular, com acontecimentos de tirar o fôlego e um final destruidor (não darei spoilers mas, pra quem sabe o que aconteceu, ainda estou chorando por dentro). A quinta temporada está lidando com o depois do Grande Acontecimento Da Quarta Temporada (GADQT), mas estão dando muito foco nas cenas engraçadas e esquecendo de resolver o problema real. A temporada está legal, mas nunca vai superar a temporada anterior. Ainda tenho três episódios para assistir, então posso estar errada.



A nova temporada de Game of Thrones tem apenas dois episódios mas já promete horrores. Não vou dar spoilers, apenas digo que estou de queixo caído com a qualidade que a série tem conseguido manter, principalmente sendo tão cara e com tantas linhas narrativas. Ainda espero a adaptação em livro da sexta e da sétima temporada, no entanto... :P



Em janeiro desse ano eu assisti o primeiro episódio de Westworld. Meus pais tinham ido viajar, eu estava sem nada para fazer e decidi dar uma chance. AMEI o primeiro episódio, deixei os demais baixando por torrent (sou pobre) e por algum motivo me esqueci a série completamente por meses. Daí nessas férias de julho decidi ver o resto da série e CARALHO PUTA QUE PARIU MALUCO QUE ISSO JESUS CRISTO. Eu AMEI ESSA SÉRIE.

A série segue o parque temático Westworld, que imita o velho oeste e cobra $1.000 dólares dos visitantes por dia. O parque tem um diferencial: as pessoas que estrão ali para entreter os pagantes não são atores, mas sim androides extremamente realistas, cada um com aparência, história de vida e ações únicas. Nesse parque os visitantes podem caçar tesouros e bandidos, salvar as donzelas em perigo e até mesmo matar e estuprar os androides. Tudo ali é permitido, mas é claro que o fato dos robôs parecerem humanos de verdade causa certo dilema moral nas nossas mentes.

Durante os 10 episódios da série nós acompanhamos a vida de alguns visitantes do parque, como Logan, William e o Homem de Preto, também conhecemos alguns desenvolvedores do parque, como Theresa, Bernard e o criador do parque, Ford e, é claro, também interagimos com alguns dos androides, como a Dolores (uma donzela em perigo) e a Maeve (uma prostituta). 

A série é muito bem produzida, com efeitos especiais incríveis, mas o que mais me fez amar a série é o roteiro intrincado e todos os questionamentos sobre livre arbítrio e consciência que a série levanta. Aliás, caso você já tenha visto a série mas não tenha ninguém com quem conversar sobre ela (como é meu caso), vou te recomendar dois podcasts brasileiros que fizeram análises incríveis da série!

Podcasts



Já recomendei o Mamilos aqui várias vezes. É um podcast semanal no qual duas jornalistas incríveis falam sobre política, economia e outros assuntos atuais interessantíssimos, sempre com empatia e bom humor. Uma vez um e-mail meu foi lido pela Ju! Enfim, no início do ano elas excepcionalmente lançaram um programa debatendo Westworld. É um programa muito legal e o debate delas e dos convidados (dentre eles um psicólogo e um crítico de cinema) foi muito interessante de ouvir. Ouça aqui.



E é claro que o NerdCast, o podcast mais nerd do BR, fez um programa sobre a série. Apesar do teor humorístico debochado, Azaghal, Jovem Nerd e ilustres convidados fizeram uma análise bem louca da série. Vale muito a pena ouvir! Ouça aqui.

Animes



Meu irmão adora vídeo-game e animes, e assim que Castlevania saiu no Netflix ele praticamente me fez uma apresentação de slides com 147 motivos para assistir os quatro episódios. Meu namorado e eu assistimos os dois primeiros episódios, assisti o terceiro sozinha MAS SENHOR AMADO, ESSA SÉRIE É UM SACO. São só quatro episódios de vinte minutos e consegui ficar entediada, tanto que ainda nem tomei coragem de ver o quarto...

O anime conta a história do Drácula, cuja mulher, que era uma médica/cientista, foi assassinada pela igreja, acusada de bruxaria. Ele fica boladão e decide matar todos os cidadãos do país, mas é claro que Trevor Belmont, um caçador de monstros, não pode deixar isso acontecer. A série tem uma animação mediana, dubladores (americanos) entediantes e eu sinceramente achei a história muito rasa e mal contada. Meh.

Filmes


Assisti dois filmes esse mês! Meu namorado praticamente me obrigou a assistair Capitão Fantástico, o que até que foi bom, pois o filme é demais!

Sabe aquele cara do meme do Senhor dos Anéis, "one does not simply..."? Então, esse ator faz o papel de um pai de família hippie que decidiu, junto com a esposa, criar os seis filhos no mato, longe de consumismo, capitalismo, açúcar e televisão (não necessariamente nessa ordem). Os filhos dele são muito inteligentes, estudam muito, também tem ótimo condicionamento físico, sabem caçar e basicamente são escoteiros ninjas Albert Einstein. O problema é que eles tem 0 habilidade social e não sabem quase nada sobre o mundo real. Quando a mãe deles morre e o avô proíbe o pai de ir ao funeral, as coisas tomam rumos inesperados nessa família.

O filme é divertido mas também trás uma crítica tanto ao mundo capitalista quanto ao extremismo do pai em isolar os filhos da sociedade. Excelente!




Por último, vi o filme original do Netflix O Mínimo Para Viver, recomendação do meu amigo cheiroso Gabriel. O filme fala sobre Ellen, uma jovem artista anoréxica que posta sua arte (sobre a doença, principalmente) na internet. O problema se dá quando uma garota comete suicídio e deixa uma carta para Ellen, o que causa problemas na família de Ellen e revolta dos pais da garota falecida.

O filme começa quando a madrasta de Ellen a leva para uma consulta com um médico com métodos diferenciados (o Keanu Reeves). Ellen acaba sendo "internada" na casa de recuperação desse médico, e lá conhece várias outras mulheres e um garoto com distúrbios alimentares.

Um dos pontos positivos do filme foi mostrar como a doença não afeta apenas o corpo da pessoa, mas também toda a sua vida e a vida daqueles ao seu redor. No filme temos uma mulher grávida com vários problemas na gravidez devido à anorexia, temos um garoto que perdeu uma carreira promissora no balé por causa da doença, uma garota que precisa estar constantemente entubada para sobreviver, dentre outros problemas advindos de distúrbios alimentares.

O problema é que achei o filme problemático (heh). Na minha opinião o diretor se esforçou tanto para não romantizar a anorexia e a depressão que acabou caindo em sua armadilha e colocando ideias danosas em sua obra, como a crítica de que Ellen poderia ser anoréxica por causa da mãe lésbica, mas não por causa do pai ausente, por exemplo. O filme foi feito para mostrar o contrário, mas sei que algumas pessoas interpretaram tudo errado e nem coloco a culpa nelas: a apresentação da vida da protagonista é confusa. O filme também mostra uma casa de recuperação totalmente irreal, além de terem escolhido atrizes bonitas demais para um filme cujo foco era mostrar personagens doentes a ponto de estarem à beira da morte. Poxa, pessoas com anorexia não tem apetite sexual, tem queda de cabelo, dentes fracos, pele ressecada, etc. As atrizes que farem as personagens anoréxicas são todas bonitas e bem cuidadas, apesar da maquiagem que as faz parecer mais magras.

Enfim, eu gostei do filme, mas não acho que foi a melhor obra do mundo sobre anorexia. Recomendo muito mais o livro Garotas de Vidro, da Laurie Halse Andersen.
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Enfim, é isso por hoje! Assisti muitas coisas boas esse mês e isso compensou por ter visto pouca coisa. Mas e aí, pessoas, o que vocês me recomendam? Já assistiram algo da lista? Sabem rebolar com bambolê?

Um beijo, e até o próximo post!


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"Os poderosos controlam a vida daqueles sem poder algum".

sábado, 29 de julho de 2017

Leituras do Mês: Julho! #2017


Olá, pessoinhas! Como vocês estão?

Tive férias da faculdade nesse singelo mês de julho, mas confesso que não li muita coisa. Nesse mês eu me foquei bastante em dar continuidade a uma rotina de dieta e exercícios para perder peso. Eu tenho 1,52m, sou bem baixinha, e estava quase pesando 90kg. Eu estava com Obesidade 1 no meu IMC, mas desde que comecei minha reeducação alimentar e os exercícios já vi diferença, atualmente estou pesando 81kg! Isso é muito importante para mim, que tenho distúrbio alimentar mas estou conseguindo emagrecer com saúde.

Além dessa novidade incrível, até que li coisas bem legais esse mês. Vamos dar uma olhada!

Quadrinhos e Mangás

Saintia Shô #04 Arakawa Under The Bridge #07 Ninguém Vira Adulto de Verdade

Li o quarto volume de Saintia Shô e estou gostando bastante do rumo que a história está tomando. Pretendo fazer um vídeo sobre essa série de mangás em breve. Basicamente, Saintia Shô conta a história das Saintias, guerreiras (diferente das amazonas) que protegem a deusa Atena, nessa história contra Éris, a deusa da discórdia. A história se passa paralelamente à Saga do Santuário, mas faz sentido na cronologia da série original. 

Li também o sétimo volume de Arakawa Under the Bridge, um mangá hilário sobre um rapaz que é salvo da morte por uma maradora de rua e acaba se tornando amigo dela e de outros figurões da ponte do rio Arakawa. É um mangá fofo e divertido, e o volume novo foi excelente!

Finalmente comprei a edição brasileira (com capa dura!) dos quadrinhos da Sarah See Andersen, Ninguém Vira Adulto de Verdade. Todo mundo já viu pelo menos algum quadrinho dela: são comics quase biográficas sobre uma garota que é gente como a gente, com problemas de primeiro mundo muito divertidos. Todos os quadrinhos estão na internet de graça, mas o livro foi baratinho e uma ótima adição para a estante.

Livros


O Nome do Vento Uma Chama Entre as Cinzas Uma Tocha Na Escuridão
O Oráculo Oculto A Profecia das Sombras

Eu tinha planejado ler bem mais em julho, mas até que consegui ler bastante.

Reli o livro Uma Chama Entre as Cinzas antes de começar a continuação, Uma Tocha na Escuridão. Eu amei reler o primeiro livro (e você pode ler minha resenha dele clicando aqui), mas o segundo deixou muito a desejar. Essa saga conta duas histórias: fala da vida de Laia, uma garota pobre que se submete à escravidão depois que seus avós são mortos e seu irmão é preso por ser aliado da Resistência, e também fala da vida de Elias, um soldado do exército Marcial que está prestes a dedicar sua vida a caçar rebeldes da Resistência quando uma profecia se cumpre e ele se torna um forte candidato a ser o novo imperador. Enquando o primeiro livro foi emocionante e cheio de uma mitologia interessante e inovadora, o segundo foi chato e arrastado. Em breve postarei uma resenha dele.

Reli também o livro O Oráculo Oculto, primeiro livro de As Provações do Apolo (leia minha resenha aqui), antes de ler sua continuação, A Profecia das Sombras. Apesar de não ser meu livro favorito do Rick Riordan, foi legal reler. Depois dos acontecimentos em Os Heróis do Olimpo, Zeus exila Apolo e o transforma em humano, para que ele pague pela guerra contra Gaia, que causou indiretamente. Apolo então tem que se submeter a um ano como servo de uma semideusa toda estranha e infantil, Meg, para recuperar sua divindade. Claro que no meio disso ele se mete em roubadas e conhece um novo vilão terrível. O segundo livro começa um pouco depois do final bombástico do primeiro, com Apolo, Leo e Calipso (!!!) vivendo várias aventuras. Confesso que estou um pouco cansada da sucessão infinita de batalhas contra monstros, mas isso se compensa pela narrativa super hilária do Apolo, que é um deus bissexual convencido sem papas na língua.

Agora vamos para a ATUALIZAÇÃO DA META DE LEITURA!!




Terminei de ler O Nome do Vento, um livro fantástico sobre um homem, o genial e talentoso Kvothe, que dedicou sua vida a encontrar o grupo de pessoas responsável pela morte seus pais e que, mais velho, conta toda sua jornada de vida a um cronista. O livro é diferente de tudo o que já li e suas 650 páginas passaram voando de tão gostosa e fluída que a leitura foi. Já comecei a ler o segundo livro e em breve irei postar um vídeo que fiz sobre O Nome do Vento no canal.

É isso que eu li em julho! Em agosto espero terminar O Temor do Sábio e ler vários outros livros que troquei pelo skoob. Espero que tenham gostado. Você já leu algo mencionado? Quer ler? Qual sua opinião dobre fidget spinners e por que os acha crias do inimigo? 

Até o próximo post!

cockyhorror:
“This tweet was sent from the future
”
Uma frase do deus grego Brendon Urie que define o outro deus grego, Apolo: "Fico ofendido de verdade quando as pessoas dizem que vou pro inferno por ser bi, porque sinto que estão ignorando todos os outros motivos perfeitamente válidos pelos quais eu realmente irei pro inferno".

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick

Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?Autor: Philip K. Dick
Título original: Do Androids Dream os Electric Sheep?
Editora: Aleph
É bom?: ★★★★
Páginas: 272

Sinopse: Rick Deckard é um caçador de recompensas. Ao contrário da maioria da população que sobreviveu à guerra atômica, não emigrou para as colônias interplanetárias após a devastação da Terra, permanecendo numa San Francisco decadente e coberta pela poeira radioativa que dizimou inúmeras espécies de animais e plantas. Na tentativa de trazer algum alento e sentido à sua existência, Deckard busca melhorar seu padrão de vida até que finalmente consiga substituir sua ovelha de estimação elétrica por um animal verdadeiro - um sonho de consumo que vai além de sua condição financeira. Um novo trabalho parece ser o ponto de virada para Rick: perseguir seis androides fugitivos e aposentá-los. Mas suas convicções podem mudar quando percebe que a linha que separa o real do fabricado não é mais tão nítida como ele acreditava. Em 'Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?' Philip K. Dick cria uma atmosfera sombria e perturbadora para contar uma história impressionante, e, claro, abordar questões filosóficas profundas sobre a natureza da vida, da religião, da tecnologia e da própria condição humana.


Eu me lembro de ter assistido Blade Runner quando era criança, na casa do meu tio, e de ter ficado absolutamente encantada com o filme. Mas uma coisa de que não me lembrava até recentemente era a história de Blade Runner - minha memória infantil não foi longe o suficiente para saber sobre o que o filme era. Mas quando descobri que o filme havia sido inspirado em um livro, corri para lê-lo.

Antes de tudo, eu li a edição da editora Aleph, que tem alguns extras no final da edição - e eu li os extras antes de começar o livro. Para quem ainda não começou o livro, recomendo ler a entrevista com o autor e o ensaio analisando o livro antes de começar o livro propriamente dito, pois assim você vai ter uma ideia melhor do que está prestes a ler. Começar esse livro sem saber nada sobre ele pode e vai te causar muita confusão mental.

Enfim, eu comecei a ler este livro com as expectativas no teto. E isso foi um erro...

 
 
 

O livro conta a história de Rick Deckard, um ex-policial que atualmente é um caçador de recompensas. Ele é contratado periodicamente para ir atrás de alguns androides que se rebelaram e cometeram crimes. Atualmente os androides estão cada vez mais parecidos com seres humanos, e para que Deckard não mate um humano por engano foi desenvolvido um teste de empatia no qual supostamente todos os androides falham.

Tudo começa num dia como qualquer outro, quando Deckard acorda ao lado de sua esposa maníaca depressiva, Iran. Logo no primeiro capítulo já descobrimos várias coisas sobre o mundo: há uma religião baseada num messias que prega a empatia - o mercerismo -, os animais são parte importante da religião e ter um animal elétrico é uma vergonha - e nosso protagonista é o infeliz dono de uma ovelha elétrica. Ele luta durante o livro todo para mudar isso e comprar um animal real.

Depois de uma conversa deprimente com a esposa e de passar vergonha com um vizinho, Deckard recebe a quase impossível missão me caçar e "aposentar" seis androides de última geração que mataram pessoas para fugir de Marte. O livro então segue Deckard durante um dia de sua vida enquanto ele caça os androides.



O livro começou bem, mas foi decaindo do meio para o final. Na verdade, eu acredito que a ideia do livro era muito promissora, mas foi extremamente mal executada. O autor deu pouco desenvolvimento para várias coisas que eu vi como cruciais para o worldbuilding, como explicar melhor a religião do mercerismo ou explicar como exatamente a terra ficou do jeito que ficou. Nada sabemos sobre a Guerra Mundial Terminus e o autor usa duas páginas do livro para falar um pouco da poeira que assolou o mundo e matou quase todos os animais. Uma das coisas mais interessantes desse mundo para mim era o teste de empatia, que mesmo sendo usado várias vezes durante o livro é subdesenvolvido.

Fora o Deckard e uma personagem secundária, o Isidore, nenhum dos personagens é desenvolvido. E ainda coloco um pouco de dúvida na personalidade nada tridimensional do Deckard. Por fim, achei o livro enfadonho do meio para o final por que nada de novo acontece: é apenas uma sucessão de uma "caça" a androides sem ação nenhuma.



Mas eu não odiei o livro. Pelo contrário, eu gostei bastante do início e ainda me peguei pensando nas questões filosóficas que são abordadas: o que é consciência? Como a empatia funciona? Androides sonham com ovelhas elétricas? Essa pergunta nunca é feita no livro, mas é possível entender seu significado ao lê-lo. Um título genial, na minha opinião.

Eu queria muito ter gostado desse livro, mas não  foi dessa vez. Eu acho que não era o momento certo, ou talvez simplesmente este não seja meu tipo de livro. Quem sabe na próxima? Ainda tenho curiosidade de ler O Homem no Castelo Alto.

Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas? Um Reflexo na Escuridão Fluam, minhas lágrimas, disse o policial Realidades Adaptadas
Os Três Estigmas de Palmer Eldritch O Homem do Castelo Alto Ubik Valis

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O Ceifador, de Neal Shusterman

O CeifadorAutor: Neal Shusterman
Título Original: Scythe
Editora: Seguinte
É bom?: ★★★★ 
Páginas: 448

Sinopse: Primeiro mandamento: matarás. A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.





Prefiro ter uma consciência livre a ter uma consciência sã.

Eu sinceramente não esperava gostar tanto assim desse livro.

O Ceifador é um livro diferente dos livros para jovens adultos de ficção-científica atuais pois não se passa numa distopia, mas sim numa utopia: no futuro não existem mais doenças ou mortes, todas as pessoas são imunes a todas as doenças e, mesmo se alguém for atropelado ou cair de um prédio, essa pessoa logo é revivida. O único jeito de realmente matar alguém nesse mundo é incendiá-la, fazendo com que seu corpo se desintegre a ponto de não poder mais se regenerar – mas basta dizer que isso literalmente nunca acontece nesse mundo perfeito.

A população mundial agora vive de forma sustentável, o clima é controlado, não há corrupção e todas as pessoas vivem de forma confortável. A Nimbo-Cúmulo, uma Inteligência Artificial perfeita, administra tudo e ajuda todos que precisam dela. Não é como os vilões robóticos que vemos em Asimov: é realmente uma AI benevolente. Acontece que ela não tem jurisdição sobre absolutamente tudo no mundo: os ceifadores são intocáveis. Mas quem são eles?

Os Ceifadores fazem parte de uma organização, a Ceifa, que tem como objetivo selecionar de forma humana e compassiva pessoas reais para serem mortas de forma definitiva para fins de controle populacional. Há várias regras a serem seguidas e os ceifadores levam seu trabalho a sério – pelo menos a maioria deles. Mesmo sendo necessários, os ceifadores são temidos pelas pessoas. Compreensivelmente, uma vez que suas vítimas são supostamente aleatórias e qualquer um pode ser coletado a qualquer momento.

A história começa quando dois jovens, Citra Terranova e Rowan Damisch, são escolhidos pelo ceifador Faraday para se tornarem aprendizes de ceifador. Isso não é usual, pois um ceifador frequentemente escolhe apenas um aprendiz, isso quando decide ensinar alguém. É claro que apenas um dos protagonistas irá se tornar ceifador ao final do treinamento e, ao mesmo tempo em que nenhum dos dois quer ter que carregar o fardo de matar pessoas, nenhum está disposto a perder essa competição e voltar para casa com a estigma dos ceifadores.

Sinceramente, eu odiei o começo do livro. Ele é dividido em 5 partes e a primeira parte (primeiras 70 páginas) foi tão tediosa e mal explicada que eu estava à beira de abandonar a leitura. Se você estiver passando pela mesma coisa, te digo: NÃO FAÇA ISSO. O livro fica melhor a partir da segunda parte, e não fica só um pouquinho melhor, mas MUITO MAIS MELHOR DE BOM.

Esse livro tem quase 500 páginas mas eu me peguei lendo mais da metade dele em um único dia, de tanto que eu estava envolvida na trama. Eu simplesmente não conseguia largar o livro: eu precisava saber o que aconteceria. Do meio para o final do livro várias coisas dobre o universo são reveladas e muitos plot twists acontecem, te deixando de boca aberta. Mesmo nas últimas dez páginas do livro, quando você pensa que tudo se resolveu, BLAM, mais plot twists! Ah, sem contar que eu adorei os vilões. Mesmo eles sendo bem cruéis eu achei a reivindicação deles válida e gostei de como o autor explorou a dualidade de ideias dos ceifadores em seus protagonistas.

O livro tem vários momentos filosóficos nos quais o autor debate sobre vida e morte, imortalidade e sobre nosso desejo de utopia. O livro não é uma distopia disfarçada de utopia (como Divergente, por exemplo), mas uma verdadeira utopia na qual um conflito tem início. O livro me fez pensar bastante sobre esse futuro utópico e me encontrei questionando vários dos apontamentos do autor e até “melhorando-os” em minha cabeça.
A partir daqui podem haver alguns spoilers até a metade do livro. NÃO vou dar spoilers a partir da parte três, então fique tranquilo que nada muito revelador será dito. Mas você está avisado.

Uma publicação compartilhada por LAMBERT, Nathalia (@_illuminath) em

Alguns questionamentos:

01)   Os ceifadores tiram a vida das pessoas baseando-se em estatísticas da era mortal. Então (chutando números) se 3% de todas as pessoas que nadam 5 vezes por semana morriam afogadas, os ceifadores matavam 3% das pessoas que atualmente nadam 5 vezes por semana. Okay. Mas se a gente transfere essa estatística para outras coisas ela se torna bastante cruel. Por exemplo, a média de vida de uma pessoa transexual no Brasil é de 34 anos. Chutando números, imagina se 30% dos transexuais são assassinados antes dos 40. Os ceifadores iriam atrás de transexuais por causa disso? A mesma coisa vale para homens, que são assassinados mais violentamente que mulheres, ou motoristas de carro que simplesmente tem mais chances de morrer em acidente de trânsito. Sei que há pessoas que atualmente não dirigem por medo de sofrer acidentes... Parece que nem nesse futuro em que ninguém morre elas estariam a salvo.

02)   Eu realmente não gostei do romance que surgiu entre os protagonistas. Apesar de ter sido pouco explorado – ainda bem que o livro não perdeu foco na ação para dar atenção a romance! – eu acredito que ele será explorado no segundo livro. Eu espero que, se o autor quiser mesmo seguir esse caminho, ele no mínimo desenvolva uma relação entre os protagonistas que não seja de rivalidade, como nesse primeiro livro.

03)   Achei a maior parte das personagens pouco desenvolvidas. O vilão ficou caricato demais – o que foi bom até certo ponto, mas mesmo assim... – e os protagonistas Citra e Rowan só foram mostrar a personalidade na metade do livro, e quando finalmente começamos a conhecê-los o livro acabou. Espero que o autor os desenvolva mais na continuação.

04)   Não achei sentido nos ceifadores poderem matar pessoas da forma que quiserem, fora o fato de que era conveniente para a narrativa. Entendo morte por veneno ou por eletrocutamento, que são mortes rápidas e indolores, mas cadê o sentido nos ceifadores poderem usar arco e flecha, espadas, artes marciais e lança chamas? Acho que tinha que ser uma morte padrão e indolor para todos... Pelo menos é assim que eu faria. Aliás, quanto custa um lança chamas? De onde vem os fundos dos ceifadores?

05)   Houveram poucas personagens femininas por que o autor teve uma brilhante ideia na qual não pensou aprofundadamente: fazer com que os Ceifadores tivessem nomes de cientistas e pensadores históricos. A gente tem apenas a Ceifadora Curie (Marie Curie, cientista que trabalhava com radioatividade) e a ceifadora Rand (Ayn Rand, fundadora do objetivismo, uma das correntes filosóficas mais ignoradas da história). É difícil procurar nomes femininos numa época em que mulheres não tinham permissão para estudar ou fazer qualquer coisa “masculina”. Acho que teria sido melhor se os ceifadores atendessem só pelo sobrenome, pois assim qualquer nome seria neutro. Eu queria ser a ceifadora Bakhtin, mas não posso por que tenho uma vagina...

Apesar desses questionamentos, eu amei o livro e só espero que o autor possa cobrir os buracos narrativos que citei nas continuações. Aliás, parece que o livro já está sendo adaptado para o cinema, então vamos ficar no aguardo!

E que venha o segundo livro, Thuderhead!




quarta-feira, 12 de julho de 2017

Eu te Darei o Sol, de Jandy Nelson

Eu Te Darei o SolAutora: Jandy Nelson
Título original: I'll Give You the Sun
Editora: Novo Conceito
É bom?: ★★★★ 
Páginas: 384
Sinopse: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.


Só tive vontade de ler Eu te Darei o Sol pois já tinha lido O Céu Está em Todo Lugar, da mesma autora. Vou me limitar a esse primeiro parágrafo para brevemente comparar as obras: Jandy Nelson obviamente evoluiu em sua escrita, pois sua narrativa teve melhoras notáveis nesse livro, além de maior clareza de ideias indubitavelmente presente nesse texto. Os livros não são muito parecidos um com o outro, então nas faz sentido comparar mais profundamente, mas admito que, mesmo achando Eu Te Darei o Sol mais bem escrito e elaborado, ainda gostei mais de O Céu Está em Todo Lugar.

Eu te darei o sol conta a história de Noah. Noah tem uma irmã gêmea chamada Jude, e os dois sempre foram muito unidos. Noah tem 14 anos, é gay (não assumido) e seu objetivo de vida mais imediato é entrar para a escola de artes que sua mãe tanto ama. 



Eu gosto de aesthetics...
Eu te darei o sol conta a história de Jude. Jude tem um irmão gêmeo chamado Noah, e os dois não são nada unidos, pelo menos não mais. Jude tem 16 anos, estuda numa renomada escola de artes mas vive assombrada pela mãe morta e por escolhas ruins, e isso afeta sua arte.


Falando sério, o livro tem tanto Jude quanto Noah como narradores, em diferentes momentos da vida. Noah narra o passado, e em seus capítulos conta sobre suas relações com sua família, fala sobre seu primeiro amor e, é claro, sobre o significado que a arte tem para ele.

Quando chegamos em Jude, no entanto, ficamos sabendo do futuro nada promissor de Noah (através de Jude): a mãe deles morreu, Noah não entrou na escola de artes e está cada vez mais dentro do armário. As coisas não tem sido boas para Jude: antes uma garota muito feminina e popular, Jude se tornou uma reclusa, fechada em seu mundo supersticioso e com uma culpa irracional enraizada dentro de si.



Sinceramente, costumo odiar livros com mais de um ponto de vista pois detesto esperar para saber o que acontece com um personagem. Mas gostei da mudança de narradores nesse livro por dois motivos: 01) a autora soube dar uma voz única aos narradores. Noah e Jude soam diferentes e isso é perceptivo; 02) os capítulos não acabavam com suspenses. Eu não gosto de ficar sabendo de uma revelação na última página de um capítulo e ter que esperar 30+ páginas para saber mais sobre isso. Além de ficar com raiva do capítulo seguinte, você perde o interesse pelo suspense e, quando volta para ele, já perdeu o efeito. Mas nesse livro a autora equilibrou bem os capítulos, e por isso eu gostei da narrativa alternada.

Não vou me aprofundar demais na história, apenas quero dizer que Eu Te Darei o Sol é um belo livro sobre família, e senti isso pois tenho um irmão que amo muito e, apesar de não termos nada a ver com Noah e Jude, vi muito dá nossa relação neles. Além disso, o livro aborda temas como: abuso sexual, luto, sexualidade e perspectivas para o futuro. Foi uma leitura envolvente, e com certeza tirei algo desse livro para minha vida. 

Recomendo!

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Qual capa vocês preferem? Eu sinceramente prefiro a primeira, mais coloridinha :v

sábado, 8 de julho de 2017

Falando o Mais Rápido que Posso + Gilmore Girls Book Tag!


Olá, pessoal! Tudo bom? 

Hoje trago dois vídeos em um! No vídeo de hoje faço uma breve resenha de Falando o Mais Rápido que Posso, a biografia da Lauren Graham (a Lorelai de Gilmore Girls!) e faço a Tag de livros inspirada na série.


Espero que gostem!

Algumas fotos do livro:




A Gilmore Girls Book TAG foi criada pela Alyssa do blog Pucks and Paperpacks. Na TAG você escolhe um livro que se encaixe com a personalidade das personagens principais da série!

Lorelai - Um personagem com um senso de humor sarcástico ou perspicaz;
Rory - Seu clássico preferido;
Luke - Um livro que você ama secretamente, mas tem medo de admitir;
Lane - Um personagem musical;
Dean- Seu primeiro amor literário (pode ser um livro ou um personagem);
Sookie - Um livro que você devorou;
Jess- Um livro que você ama e que recebe muito hate;
Miss Patty - Um livro que foi arruinado pela hype;
Emily Gilmore - Um livro caro;
Paris - Um personagem tenso;
Richard Gilmore - A morte de um personagem que você nunca vai superar;
Logan - Um personagem que teve o maior crescimento;
Babette e Morey - Um casal que você não consegue ver não estando juntos.

Os livros que aparecem no vídeo são os aí embaixo, mas você consegue saber qual é o de cada personagem? akskaksaksa







Enfim pessoal, é isso por hoje. Espero que tenham gostado do vídeo! Até a próxima, cuidado com os dinossauros e don't let the muggles get you down!

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