sexta-feira, 9 de junho de 2017

O Conto da Aia, de Margaret Atwood

O Conto da  AiaAutora: Margaret Atwood
Título Original: The Handmaid's Tale
Editora: Rocco
É bom?: ★★★★ 3.5
Páginas: 368

Sinopse: A história de O Conto da Aia, da canadense Margaret Atwood, passa-se num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes – tudo fora queimado. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos. Para merecer esse destino, não é preciso fazer muita coisa – basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como "liberdade". Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. 



Sou feminista e sempre procurei ler livros de ficção e não-ficção que abordem o tema da desigualdade de gênero. Confesso que até a série do Hulu sair eu não conhecia The Handmaid's Tale, mas quando vi o primeiro trailer eu fiquei muito curiosa. Precisava ler o livro.

A história é contada do ponto de vista de Offred, uma Aia - assim são chamadas as mulheres férteis que tem como missão engravidar de homens importantes, cujas esposas são inférteis. Offred nem sempre foi uma Aia - não muito tempo atrás ela era uma mulher comum, com um trabalho, marido, uma filha e, é claro, liberdade. Num golpe de estado a constituição dos Estados Unidos foi suspensa e uma teocracia foi estabelecida. Nesse novo sistema as mulheres tem algumas opções: 01) ser esposas dos homens; 02) cuidar das casas dos homens ou 03) engravidar dos homens. Há uma quarta opção, mas ninguém quer trabalhar recolhendo lixo tóxico...



A história começa quando Offred é enviada para uma casa nova para engravidar de um homem novo e começa a despertar a muito indesejada atenção do seu Comandante. Enquanto luta para sobreviver - para rever seu marido e sua filha, que ela crê estarem vivos - ela descreve como é o mundo ao seu redor e conta como as coisas chegaram a este ponto.

Eu esperava mais do livro. Não digo que não gostei, pois definitivamente foi uma leitura interessante e o tema da história é criativo, mas eu achei a escrita bagunçada e errante demais. Parece que autora não sabia exatamente onde ela queria chegar e foi escrevendo cenas aleatoriamente, sem planejamento. "Ah, tive uma ideia de algo interessante, vou simplesmente escrever sobre isso mesmo que não caiba nessa parte da história". Muitos trechos que deveriam ser chocantes não me chocaram, e alguns momentos do livro foram estendidos demais quando poderiam ter sido mais breves, simplesmente por que parece que a autora não tinha um objetivo claro enquanto escrevia.


O Conto da Aia A História de uma Serva Crónica de Uma Serva A História da Aia
Esse livro tem umas capas bem sofridas...

Eu gostei da narrativa da autora, da forma como ela descreve o mundo de Offred. Sua realidade é sufocante e desesperadora, mesmo passando uma ideia de paz e organização. Offred está à flor da pele, e o leitor também. Os flashbacks são muito bem vindos para conhecermos a vida de Offred, mas não são o suficiente para nos fazer entender como o mundo se transformou tanto em tão pouco tempo. Mesmo que a ideia de uma teocracia massacrando os direitos das mulheres seja muito verossímil, a forma como tudo ocorreu no livro não me chamou a atenção.

Apesar de não ter sido um livro perfeito, eu gostei da leitura. Especialmente gostei da forma como a autora escolheu finalizar o livro, achei muito bem trabalhado. Vou assistir o seriado e ver como fizeram a adaptação. 

Recomendo =D


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"Eu tenho dois ovários bons, então eles foram gentis o suficiente de esquecer meu passado pecaminoso".

4 comentários:

  1. concordo plenamente com você, comprei o livro depois de ler a sinopse, lir 132 paginas em 3 horas, mas depois fiquei cansada da forma de escrita, fiquei sufocada com a personagem principal que não é um agente principal e nem deixa de ser-lo(heroína ou vitima), achei muito bagunçado, muitos detalhes poucas explicações, caramba e o livro acaba entre aberto, ou seja, não sabemos o que aconteceu com ela, e nem como tudo começou. ai eu fiquei decepcionada, mas mesmo assim, afirmo que para um livro de 1985 ele é trata de assuntos atuais,o que é assustador,questões políticas e sociais o livro ta ok, mas na forma de narrativa, ta um valei-me deus. "a tarde isso, pois a tarde aquilo, meus deus, mulher, vai logo ao ponto....pedi socorro.. e olha que eu gosto de livro antigo, dificil e com detalhes até o céu, mas jesus que tantas palavras labirintosas.

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    1. Ainda bem que não sou a única. Vi muita gente lendo esse livro depois que a série saiu e, apesar de eu concordar que é um ótimo livro/denúncia do machismo na nossa sociedade e uma excelente ficção especulativa, o livro é simplesmente mal organizado. Acho que a autora precisava de um editor que trocasse uns capítulos de lugar e fizesse a autora dar mais backstory ao mundo, não só à personagem principal.

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    2. toda razão, mas não só trocar as coisas de lugar, fecha lacunas abertas também, ela abriu e simplesmente não fechou e nem explicou, decepção defini esse livro, como você disse ótima ficção especulativa, mas mal elaborada, o livro com certeza foi um teste, só pode de tão ruim que é.

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  2. Pensei que seria um livro que iria desgraçar minha mente... mas não chegou nem perto...
    Como disse a Beatriz Leal, foi um teste inicial..
    Com muitas lacunas para a série trabalhar, mas para mim deixou muitas falhas, como se faltasse capítulos ou mesmo outro volume para dar mais profundidade para história

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