quarta-feira, 29 de março de 2017

Leituras do Mês: Março! #2017


Olá, galeres! E aí, tudo bom com vocês?

Finalmente o quase infinito mês de março chega ao fim, e com ele espero que essa ressaca literária e todo o desespero em torno da faculdade finalmente cesse. Já expliquei nesse post como março me deixou extremamente ocupada, sem tempo para ler ou escrever para o blog, além de ter me impedido de fazer coisas mais bobas, como dormir como uma pessoa saudável e tomar banho todos os dias. 

Felizmente meu estágio acabou. Mas, para você ter uma ideia de como as coisas estão, eu preciso sair pra faculdade em meia hora, preciso comer alguma coisa, além de que preciso escrever 5 páginas do meu TCC em dois dias, mas eu tô aqui no blog, por que eu adoro fugir das minhas responsabilidades e depois entrar em pânico =D

E o telefone começou a tocar lá embaixo, mas não vou atender por que se não nem terei tempo de escrever esse post. Me desculpe, empresa de cobrança.

Quadrinhos e Mangás

Arakawa Under The Bridge Ms. Marvel #15

Sim, eu sei, todo mês eu leio Arakawa Under the Bridge (sobre moradores de rua amalucados!) e um volume novo de Ms. Marvel (melhor heroína muçulmana que você respeita!). Você já está cansado de ler sobre essas duas obras e eu estou cansada de me repetir, mas vou deixar o lembrete de que ambas são incríveis e você definitivamente deveria conferi-las!

Livros

  Hino Homérico II Mosquitolândia Como Ser Mulher Para Educar Crianças Feministas
Falando o Mais Rápido Que Posso Crepúsculo

Para Educar Crianças Feministas é um ensaio interessantíssimo da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, no qual ela fala (numa carta aberta para uma amiga que irá dar a luz a uma menina) sobre todos os aspectos da educação infantil que merecem atenção na hora de criar uma criança com consciência social. É um manifesto honesto e maravilhoso, mas mal poderia ser chamado de livro, pois eu li tudo em cerca de meia hora =P. Ainda no assunto do feminismo eu li o livro Como ser Mulher, da Caitilin Moran. Esse livro é muito divertido, é quase como uma biografia da autora, na qual ela diz todas as verdades brutais (ou nem tão brutais assim, apenas indignantes) da vida de toda mulher. É um excelente livro, além de ser um ótimo manifesto feminista. Não sei por que a editora optou por colocar na capa que é um manifesto feminino, não entendo por que tanto medo da palavra FEMINISTA.

Como ser mulher é uma espécie de biografia da autora, e outra biografia que li foi a da atriz Lauren Graham, a Lorelai Gilmore de Gilmore Girls: Falando o Mais Rápido que Posso. O livro conta a história da vida de Lauren desde que ela começou a lutar para ser atriz, até seu tempo filmando GG e Parenthood. Além de falar sobre suas experiências, Lauren também compartilha segredos de Hollywood, sabedorias populares, e, claro, fala muita besteira. É um livro curto e divertido, mas confesso que a tradução me incomodou um pouco: parecia muito automática.

Nesse mês li apenas um romance, o fantástico Mosquitolândia, que conta a trajetória de Mary Iris Malone (Mim) indo ver a mãe doente do outro lado do país, mas sem dinheiro, sem o remédio para sua psicose e, claro, sem noção nenhuma. É uma história divertida e emocionante, confesso que sentia falta de livros assim. Em breve irei postar uma resenha do livro por aqui.

Também li o Hino Homérico II, A Deméter, um livro no qual o acadêmico brasileiro Ordep Serra desmembra o hino dedicado à deusa Deméter, traduzindo do original em grego, analisando verso por verso e, claro, falando sobre os componentes da história e sobre a Grécia na época da composição do hino. Foi uma leitura para o meu TCC, que com certeza ficará muito mais rico de conteúdo. SÓ FALTA EU COMEÇAR A ESCREVER *COMEÇA A CHORAR DE DESESPERO*.


Agora vamos à ATUALIZAÇÃO DA META DE LEITURA!

Como vocês sabem, a meta de leitura de 2017 inclui duas coisas: 01) reler mais livros e 02) ler todos os livros não lidos do final de 2016.

Nesse mês eu reli Crepúsculo, que eu amo loucamente e jamais me desculparei por amar. Hater gonna hate! Se quiser saber mais sobre meu amor pela saga, leia esse post no qual faço uma resenha de Vida e Morte.

Não terminei de ler, mas estou quase na metade de O Egípcio, e após terminá-lo (em abril, espero!) só terei que ler mais três livros para finalizar a meta. Eu até poderia falar de O Egípcio agora, mas estou atrasada para a faculdade e vou deixar para fazer isso no post de abril.
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É isso por hoje, pessoal! Espero que tenham gostado do post. Me contem, o que vocês tem lido! Já leram alguns destes livros? Você era #TeamEdward ou #TeamJacob?


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Sou e sempre fui #TeamBella

segunda-feira, 27 de março de 2017

As melhores séries e filmes de: MARÇO #2017

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Olar, pessoinhas? E aí, tudo bão?

Eu sei que esse mês foi bem fraco de postagens aqui no blog e no canal, mas em abril irei postar vários vídeos marotos! No fim de semana passado gravei dois vídeos, que estão em processo de edição, ainda hoje irei gravar a Bookshelf Tour, e até o fim dessa semana irei fazer vários vídeos sobre os livros do Rick Riodan.

Enquanto isso deixo aqui a postagem mensal clássica na qual falo dos filmes, séries e podcasts que assisti. Espero que gostem!

Filmes

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Em Março o filme Logan foi lançado. Confesso que eu não sou muito fã de X-Men nem gosto tanto assim do Wolverine, mas meu namorado é um ser humaninho alucinado por ambas as coisas, e seu maior sonho secreto provavelmente é ser o Wolverine e ele me arrastou para assistir o filme. E FOI MUIITO LOUCO. O filme se passa no futuro, em 2020algumacoisa, quando Logan já está mais velho e está se escondendo dos Carniceiros com Professor Xavier e Caliban. Já faz um tempinho que nenhum mutante novo nasceu e os antigos estão sendo perseguidos. Para piorar, os poderes de Logan parecem estar matando-o lentamente, pois ele não consegue mais se curar tão bem. Eis então que uma menina mutante surge, e Logan acaba se envolvendo demais com a situação e tem que ajudá-la a fugir. Para piorar, a garota parece ter poderes iguais aos dele. Eu adorei o filme, dei risada, chorei muito, foi realmente um filme muito bom.

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Quem me dera que alunos fossem tão participativos assim em aula...
O que? A Nath assistiu mais de um filme num mesmo mês? Seria esse o apocalipse??? Não, caro leitor, na verdade esse filme eu assisti na faculdade. O Clube do Imperador é mais um dos saturados filmes sobre professores inspiradores e alunos que tem as vidas mudadas e superação e etc... Não, espera, na verdade não! Esse filme é sim sobre um professor, o Sr. Hundert, mas definitivamente não é um filme bobo e mentiroso sobre professores super-heróis.

No internato só para meninos no qual dá aulas de história Sr. Hundert realiza um concurso chamado de O Clube do Imperador, no qual todos os alunos de sua matéria concorrem. Os três alunos com maior nota ao final do semestre irão participar da final, em frente a toda a escola, respondendo a perguntas sobre o império romano e seus reis e afins. É um concurso antigo e muito concorrido. Isto é, até que Sedgewick Bell aparece na escola, um garoto baderneiro e rebelde, que logo ganha o favoritismo de Sr. Hundert. O filme é um filme bem honesto sobre como nós, professores, erramos às vezes. É um ótimo filme.

Séries

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Confesso que esse mês foi um dos mais fracos da história em séries assistidas por euzinha. Geralmente acompanho várias temporadas e prefiro ver séries do que filmes, mas nesse mês eu apenas assisti novamente a Sherlock (a série toda tem nove episódios), continuei acompanhando a nova temporada de Supernatural (que, vamos ser sinceros, está bem chata e cansativa. Adorei a mãe deles ter voltado a princípio, mas ela nem aparece em todos os episódios, sem contar que todo esse arco dos Homens das Letras britânicos parece que não vai para lugar algum. E o filho de Lúcifer? NADA ACONTECE, só tem episódio de Monster of the Week e um ou dois episódios entre isso nos quais a história anda, mas daí você tem TRÊS ARCOS para evoluir - mãe, homens das letras britânicos, o anticristo - e daí obviamente nada dá certo. Tô cansada, já).

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De agora em diante as pessoas podem ou aceitar você do jeito que é ou irem se foder.
Mas, em uma nota mais feliz, assisti à terceira temporada de My Mad Fat Diary (três episódios). Já havia assistido às duas primeiras temporadas há um bom tempo, se pá mais de dois anos, e por algum motivo não sabia que havia uma terceira. A questão é que, assim que fiquei sabendo, baixei tudo e assisti de uma vez. A história segue a vida de Rae Earl, uma garota obesa com problemas de auto-mutilação e distúrbios alimentares que apenas quer viver e ser feliz, mas que tem uma família meio disfuncional e nenhum amigo. A série é divertida e fala sobre obesidade e depressão com muita honestidade. Fiquei com um pé atrás acerca das decisões tomadas para a terceira e última temporada da série, mas no fim das contas gostei do final que a Rae teve.

Podcasts

Em compensação às poucas séries assistidas, por sorte descobri quatro podcasts maravilhosos que tem me salvado do tédio nas aparentemente eternas viagens de ônibus que tomo todos os dias para estudar na cidade vizinha. 

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O primeiro e de longe mais divertido é o My Dad Wrote a Porno, que apresenta um nível de dificuldade maior, pois é o primeiro podcast britânico que escuto. De início estranhei o sotaque, mas tudo se tornou fácil de entender rapidamente. Esse podcast é feito por três amigos que leem o livro erótico que o pai de um deles publicou, analisando a história e obviamente avacalhando tudo, pois cada parágrafo é mais absurdo que o anterior. O livro se chama Belinda Blinked, e conta a história de uma chefe de departamento de uma empresa e suas aventuras sexuais. Claro que a história do livro poderia ser classificada como pornográfica, mas o foco do podcast é na comédia.

Se você quiser comprar o livro na Amazon, clique aqui.

Para ouvir o podcast, clique aqui.

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Ainda no âmbito da comédia (mais ou menos?), fico feliz de dizer que encontrei o primeiro podcast sobre true crime que gosto! Chama-se My Favorite Murder e cada episódio consiste em duas melhores amigas, Georgia e Karen, discutindo casos de assassinato, desaparecimento e etc, sempre explicando muito bem os como os crimes aconteceram, e tudo isso com uma saudável dose de humor negro.

Clique aqui para conferir My Favorite Murder.

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Sou alucinada por podcasts de terror e já devo ter ouvido uns 20 diferentes, alguns excelentes (como The Black Tapes!), outros péssimos (como Small Town Horror, que começou bem e ficou muito repetitivo). Mas hoje vim falar de Mabel, um podcast bem diferente de todos que já ouvi. A história é contada através de gravações de áudio numa secretária eletrônica. Uma cuidadora de idosos chamada Anna Limon começou a perceber que coisas estranhas tem acontecido na casa de Sally Martin, e para fazer algo a respeito ela decide contactar a neta de Sally, Mabel. Os episódios são assustadores, mas sem precisar de gritarias, de gore, nada disso, apenas o bom e velho suspense psicológico. Estou ansiosa para saber todos os segredos da família Martin!

Clique aqui para ouvir Mabel.

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Por último, mas não menos importante, foi lançado o podcast Rabbits, dos mesmos criadores de The Black Tapes e TANIS, dos quais já falei aqui anteriormente. O podcast conta a história de Carly Parker, uma garota que descobriu que sua amiga, Yumiko, havia desaparecido de forma suspeita após jogar um jogo misterioso, chamado Rabbits. O podcast consiste em Carly documentando sua busca pela amiga, bem como várias coisas estranhas envolvendo ARGs.

Clique aqui para ouvir Rabbits.
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É isso por hoje, pessoal! Sei que falei de pouca coisa, mas espero que ouçam os podcasts recomendados, que são realmente muito bons!!

Cuidado com os dinossauros, e até o próximo post ;)

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sexta-feira, 17 de março de 2017

EU ESTOU VIVA + sou um zumbi, infelizmente (sobre o hiato)

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AMO ESTUDAR /s
Olá, pessoinhas!

Como vocês devem ter reparado, estou bastante inativa nos blog, no canal e no instagram. Veio por meio desta explicar por que, e também pedir para que NÃO TEMAM, pois isso tudo é temporário. Inclusive nossa existência.

Acontece que eu estou sem tempo para NADA.

Para quem não sabe, eu faço Licenciatura em Letras e estou no 5º Semestre (se tudo der certo, termino esse ano!!). Por ser licenciatura, tenho que fazer estágio (não remunerado, note) em uma escola, assistindo 24 aulas de Português (20h) e 24 aulas de Inglês (20h), sem contar trabalho, entrevistas e relatórios, que juntos devem dar mais de 100h de estágio, POR SEMESTRE. Já fiz isso no semestre passado, em setembro, estou fazendo agora, em março, e farei de novo mais para o final do ano, em setembro novamente (talvez).

Minha rotina mudou muito por causa do estágio: estou acordando 7h30 todos ops dias, para ir para o trabalho as 8h, fico no trabalho até as 13h, almoço correndo e estou na escola para a segunda aula às 13h40. Saio da escola as 17h20, vou para a loja dos meus pais comer algumas coisa e 18h10 estou pegando quarenta minutos de ônibus para Bragança, cidade EM OUTRO ESTADO na qual faço faculdade, onde fico até as 22h40. Pego ônibus para voltar e chego em casa mais ou menos 23h30, janto, tomo banho, faço algo da faculdade que tiver que fazer e vou dormir mais ou menos 1h todos os dias.

E, no dia seguinte, repito tudo.


Em março fiz apenas 3 postagens no blog, e confesso que elas já estavam pré-prontas e só precisei clicar em publicar. Tenho várias postagens prontas, mas são quase todas resenhas e não quero entupir vocês com isso. Gosto de diversificar o conteúdo do blog, escrever meus pensamentos, falar de músicas e séries, e não gosto de deixar o blog mecanizado. 

Não escrevi nada para o blog nesse mês, NADICA DE NADA, e isso me leva  a outro problema:

Eu só li um livro em março até agora. Em janeiro e em fevereiro eu consegui fazer a proeza de ler OITO livros, mas estou muito parada nas leituras nesse mês. No momento estou lendo Como ser Mulher (quase na metade), O Egípcio (não li quase nada, de jeito nenhum que termino de ler nesse mês) e mais  um livro que, apesar de ser bom, revela outro problema consumidor de tempo:


Meu TCC. Eu tenho um pouco de tempo para ler todos os dias, que é quando a loja na qual trabalho fica vazia. Estou escrevendo esse post em um desses momentos. Confesso que eu poderia estar lendo livros para resenhar no blog ou falar no canal, mas estou quase que exclusivamente estudando para o TCC, lendo esse livro aí da foto, e vários outros, além de artigos e afins. Inclusive estou de mandar meu rascunho do primeiro capítulo do TCC para meu orientador, mas não consigo ter meia hora com meus materiais e meu computador em casa, em paz. Não tenho tempo livre. O que me leva...


Meu amado canal. Comecei a postar vídeos ativamente no ano passado e definitivamente irei continuar postando, a questão é que não tenho mais tempo livre. Hoje é sexta e eu pensei: amanhã, sábado, vou pedir para não trabalhar para poder gravar pelo menos um vídeo e fazer meu capítulo do TCC, além de outros trabalhos da faculdade. Ledo engano: meus pais precisam de mim na loja pois eles vão receber visitas esse fim de semana, o que também significa que nem domingo à tarde poderei gravar, pois na minha casa terão pessoas conversando, cachorro latindo, música, etc, e isso tudo atrapalha demais na hora de gravar. 

PORÉM

ISSO TUDO ACABA DIA 24 DE MARÇO! SIM!!! Meu estágio já vai acabar sexta-feira que vem, daí terei as tardes para poder fazer vídeos, postagens e estudar. Principalmente estudar!

Então peço um pouco de paciência e só mais uma semaninha. Só para vocês não ficarem bravos comigo, vou dar uma resumida no que estou planejando para quando o canal e o blog voltarem a todo vapor:

01) Uma leitura coletiva de O Senhor dos Anéis: que consistirá em vídeos semanais analisando os capítulos lidos, além de um grupo (no whatsapp? no discord?) para que os primeiros interessados possam analisar o livro comigo!

02) Uma série (mensal?) sobre Game of Thrones: não é segredo que amo GoT, inclusive meu TCC tem a ver com ASOIAF, então tenho planos de fazer uma série sobre curiosidades, tipo falando das casas menos conhecidas, personagens interessantes, religiões de Westeros e Essos, etc.

03) Uma série sobre leitura: na faculdade nós, futuros professores de português, falamos muito sobre leitura e linguagem. Quero fazer uma série sobre isso no canal, falando sobre ler livros grandes, ler clássicos, abandonar livros, essas coisas.

04) O vídeo de curiosidades sobre Sherlock Holmes que prometi em janeiro.

05) Uma vídeo-resenha fantástica de House of Leaves.

06) A tão esperada e pedida BOOKSHELF TOUR! Sim! Vai acontecer!

É isso por hoje, pessoal! Espero que continuem acompanhando o blog e o canal, pois muita coisa nova está por vir. Estou com a vida corrida, mas logo tudo vai passar e voltarei a produzir conteúdos maravilindos para vocês!

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segunda-feira, 13 de março de 2017

Nath Escritora #04 - O IMPITIMA



Este é um rascunho de uma peça que estou escrevendo. A peça se chama "O IMPITIMA" (em caixa alta mesmo) e conta a história de Andrézão, um homem de origem humilde, cujo sonho sempre foi se tornar presidente da República para poder acabar com a fome no Brasil. Ele se aliou à empresa Agro Brasil, a maior produtora (fictícia) da América Latina de alimentos para que tivesse financiamento em sua campanha. Andrézão vence as eleições, mas descobre que a Agro Brasil não está nem um pouco disposta a ajudar a população de graça e, depois de um mal entendido com o Mafioso Fettuccini, o japonês líder da Agro Brasil, Andrézão terá que fazer de tudo para sofrer um IMPITIMA, ou sua família será assassinada. Andrézão tenta fazer de tudo: proibir o Carnaval, declara guerra com a Argentina e até mesmo finge estar apaixonado pelo presidente dos Estados Unidos, Varack Bobama, mas todas as suas esquisitices são bem recebidas pelo povo brasileiro e o tempo está cada vez mais curto para a família de Andrézão.

Meu objetivo com essa peça é satirizar o cenário político brasileiro atual e fazer um negócio bem engraçado :p
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CENA 1

         Personagens: Andrézão, Vilma, Néscio, William.

         O logo do Debate Eleitoral aparece no telão. William Conner entra e vai até o centro do palco.

         William: Boa noite. Hoje estamos aqui para conhecermos melhor os três principais concorrentes à presidência do Brasil. Nosso país teve um longo histórico no campo da política, desde sua época colonial até a ditadura militar. Nós vivemos, agora, um longo e prazeroso período democrático. No entanto, algumas pessoas ainda insistem em querer trazer a ditadura de volta ao nosso país. Nós transmitimos este debate ao público pois queremos que vocês, brasileiros, entendam a importância da democracia, a importância de escutar a todos os candidatos, não apenas aqueles que são favoritos aos seus cargos. Vamos começar com a candidata Vilma Doulseff.

         Enquanto Vilma entra no palco carregando vários cadernos, uma pequena esquete contando sua história roda no telão (não mais que 30 segundos de vídeo). Todas as esquetes dos candidatos terão imagens ilustrando o que o narrador diz.

         Narrador: Vilma Doulseff nasceu e cresceu em Minas Gerais. Era uma popular militante a favor da democracia no período negro da ditadura militar. Além de estar envolvida com diversos escândalos envolvendo uma companhia petrolífera e algo a ver com bicicletas, ela também tem o penteado mais horroroso da história dos presidentes do Brasil desde Jânio Quadros e ganhou uma pintura feita pelo artista Homero Fritto.

         A esquete termina.

         Vilma: Estou muito feliz por estar presente aqui hoje, William. Gostaria de dizer que fiquei muito feliz com esses últimos quatro anos em que fui presidente e espero ter mais quatro anos para provar ainda mais o meu valor.

         William: Obrigado, Vilma.

         Vilma vai até um dos palanques e coloca seus cadernos sobre ele.

         William: Agora, vamos receber Néscio Aeves.

         Enquanto Néscio entra uma esquete contando sua história começa, mesmo caso da anterior.

         Narrador: Néscio Aeves nasceu e cresceu em Minas Gerais. Ele acredita e apóia a meritocracia, a pesar de nunca ter lavado um prato na vida, sendo sua família rica desde a colonização do Brasil. Tem a cara mais sem graça da história dos candidatos à presidência do Brasil, não respeita os professores e tem uns rolos envolvendo helicópteros e outros veículos aéreos.

         A esquete termina.

         Néscio: Olá William, sei que você trabalhou muito para chegar no seu cargo e espero que eu possa iluminar essa discussão.

         William: Obrigado, Néscio.

         Néscio vai para o seu palanque.

         William: E agora, vamos receber André da Silva dos Santos Augusto Ferreira de Souza Pinto, também conhecido como Andrézão.

         Enquanto Andrézão entra, vestido de terno colorido, uma esquete começa.

         Narrador: Andrézão nasceu no interior do Acre, numa família humilde. Mais novo de sete irmãos, Andrézão desde cedo teve que pegar na enxada para se sustentar. Foi criado pela mãe solteira, e tem uma tatuagem dela em suas costas. Andrézão viu dezenas de pessoas morrerem de fome em sua jornada até São Paulo, quando cruzou 10 estados. Seu maior sonho é acabar com a fome no Brasil, e foi por isso que ele se aliou a Agro Brasil em sua campanha eleitoral. Andrézão é um cidadão íntegro, protetor dos animais, defensor dos fracos e oprimidos e é primo de segundo grau de Wesley Safadão.

         A esquete termina.

         Andrézão: Oi gente, tudo bom? Estou muito feliz de estar aqui hoje. Fora o vídeo da minha campanha eleitoral, é a primeira vez que apareço na televisão, então espero que eu tenha passado perfume o suficiente. Aliás, eu trouxe um presente pra você, William.

         William: É mesmo? O que é?

         Andrézão sai do palco e volta rodando um pneu embrulhado numa fita vermelha.

         Andrézão: Eu sou do Acre, sabe? Lá é muito comum a extração de matéria prima para fabricação de borracha, então eu te trouxe esse pneu que eu mesmo fiz quando tinha oito anos.

         Néscio: ESSE MOLEQUE TRABALHA DESDE OS OITO ANOS, OLHA QUE EXEMPLO DE MERITOCRACIA, É DISSO QUE O BRASIL PRECISA!

         Vilma: Caro candidato Néscio, esse garoto foi vítima de exploração infantil, que é, aliás, uma das pautas da minha campanha e...

         William: Pessoal, o debate ainda não começou. Obrigado pelo presente, Andrézão.

         Andrézão: De nada, meu chapa. Olha, minha mãe é muito fã sua e sempre responde quando você diz o seu “Boa Noite”, será que você pode mandar um alô pra ela?

         William: Eh... Qual é o nome da sua mãe?

         Andrézão: É a Dona Creuza. Olha ali, naquela câmera. Dá tchau pra ela, assim. (Andrézão dá tchau para sua mãe).

         William, muito sem graça: Ahn... Oi dona Creuza, um abraço pra você...

         Andrézão: Te amo, mãe!

         Andrézão tira o terno e mostra a tatuagem do rosto de sua mãe nas costas. Ele vai até seu palanque sem camisa.

         William: Bom... Agora que já apresentamos todos os candidatos, vamos ao debate. A primeira pauta é...


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Bom, confesso que ainda não escrevi muito nessa peça. Vocês tem sugestões para pautas no debate? Por favor, apenas coisas absurdas, tipo a polêmica do Crocs ou Biscoito vs. Bolacha. Enfim, estou aberta a todas as sugestões! Comente =D

Ah, assiste esse vídeo hilário do Marcelo Adnet parodiando as propagandas eleitorais:

quarta-feira, 8 de março de 2017

Memórias de Uma Gueixa, de Arthur Golden

Memórias de uma GueixaAutor: Arthur Golden
Título original: Memoirs of a Geisha
Editora: Imago
É bom?: ★★★★ 
Páginas: 460
Sinopse: "Memórias de uma Gueixa" é um romance fascinante, para ser lido de várias maneiras: como um mergulho na tradicional cultura japonesa, ou um romance sobre a sexualidade, e ainda, como uma descrição minuciosa da alma de uma mulher já apresentada por um homem. Seu relato tem início numa vila pobre de pescadores, em 1929, onde a menina de nove anos é tirada de casa e vendida como escrava. Pouco a pouco, vamos acompanhar sua transformação pelas artes da dança e da música, do vestuário e da maquilagem; e a educação para detalhes como a maneira de servir saquê revelando apenas um ponto do lado interno do pulso - armas e mais armas para as batalhas pela atenção dos homens. Mas a Segunda Guerra Mundial força o fechamento das casas de gueixas e Sayuri vê-se forçada a se reinventar em outros termos, em outras paisagens.

Ler Memórias de Uma Gueixa foi, sem sombra de dúvidas, uma verdadeira jornada.

Quero começar esta resenha já deixando claro que eu não sabia praticamente nada sobre o livro antes de lê-lo. De fato, apenas tive curiosidade de ler a obra após ter visto uma edição da mesma em inglês da minha faculdade e de ter gostado do prólogo (que, afinal, nada tem a ver com o restante do livro).

O livro começa com um estudioso da cultura japonesa (não confundir com o autor!) falando sobre sua amizade com uma senhora empresária, ex-gueixa, chamada Sayuri Nitta. Nosso estudioso respeita muito Sayuri, que já é uma senhora, e lhe propõe escrever suas memórias caso ela esteja de acordo com uma biografia sobre ela. Sayuri aceita, e então o livro começa. O escritor nunca mais é mencionado.

Através da voz "fantasma" do estudioso Jakob, Sayuri nos conta sua vida de forma perfeitamente cronológica. Tudo começa quando ela ainda era criança e vivia com a família (o pai, a mãe a irmã mais velha) numa pequena ilha no Japão. Naquela época, Sayuri se chamava Chiyo, e era uma menina muito doce e inocente, sempre preocupada com a mãe, muito doente. Quando parece que a mãe de Chiyo está prestes a morrer, seu pai a vende para um comerciante rico, Sr. Tanaka, e este por sua vez a vende para um okyia, uma casa que treina gueixas.

 
 

Esse é o primeiro momento chocante da narrativa, mas certamente não é o último. Chiyo foi separada da irmã, que foi enviada para uma casa de prostituição, e, apesar da dor de se separar da família, Chiyo se empenha muito em se tornar uma gueixa. É o único destino ao qual ela tem acesso. Claro que isso não será simples, pois a única moça que já é gueixa em seu okyia é uma mulher bela e cruel chamada Hatsumomo, disposta a fazer de tudo para destruir a vida de Chiyo, e de qualquer outra jovem gueixa.

O livro tem maior enfoque na pré-adolescência de Chiyo e nos seus primeiros anos como gueixa (dos 14 aos 19 anos). O livro conta toda a experiência que Chiyo teve de adquirir para se tornar uma gueixa, desde dança, música, contar história e aprender a muito importante cerimônia do chá. Também somos apresentados a vários aspectos da cultura japonesa, ganhando explicações interessantíssimas sobre quimonos, maquiagem, sobre como era a vida e a economia no Japão da década de 30, dentre outras coisas.

 
 

É claro que o livro passa pela Segunda Guerra Mundial, e confesso que esta foi minha parte menos favorita. Não pelo teor sombrio da época, mas sim por que o autor deliberadamente negligenciou esse período histórico. Ele poderia ter falado muito mais sobre a guerra e a política, principalmente do ponto de vista de uma mulher que apenas quer sobreviver, mas ele preferiu dedicar menos de 50 páginas para esse momento da narrativa, e mais de 400 para, sejamos sinceros, intrigas entre mulheres.

A leitura deste livro me proporcionou uma jornada muito imersiva na cultura japonesa. Digo isso pois a narrativa do autor é impecável, em nenhum momento ele soa como um homem, sempre imaginei a narradora como uma senhorinha japonesa contando sobre sua vida, com leves relances de jovialidade e juventude ali e aqui, mas também muita sabedoria. Gostei da forma como o autor enaltece motivos japoneses na narrativa, falando sobre a textura dos papéis, explicando os cheiros e as cores das tintas e maquiagens. Na minha opinião, ele soube criar quase que perfeitamente uma atmosfera japonesa.

  

Eu adorei a leitura, adorei a narrativa e, acima de tudo, amei as personagens. Foram o coração da história, e gostei demais de conhecer cada uma delas. Apesar de alguns pequenos defeitos, que no final das contas dizem mais respeito às minhas expectativas do que qualquer outra coisa, eu recomendo este livro a qualquer pessoa que goste de romances históricos e esteja disposta a conhecer mais sobre a cultura japonesa.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Lugares Escuros, de Gillian Flynn

Lugares EscurosAutora: Gillian Flynn
Título Original: Dark Places
Editora: Intrínseca
É bom?: ★★★
Páginas: 352
Sinopse: Libby Day tinha apenas sete anos quando testemunhou o brutal assassinato da mãe e das duas irmãs na fazenda da família. O acusado do crime foi seu irmão mais velho, que acabou condenado à prisão perpétua. Vinte e quatro anos depois, quando é procurada por um grupo de pessoas convencidas da inocência de seu irmão, Libby começa a se fazer as perguntas que até então nunca ousara formular. Será que a voz que ouviu naquela noite era mesmo a do irmão? Gillian Flynn intercala a trajetória detetivesca de Libby com flashbacks dos acontecimentos do dia do crime com tanta habilidade que o leitor é levado a diferentes direções. Escrito com primor, Lugares escuros não só mostra como a memória é passível de falhas, mas também evidencia as mentiras que uma criança pode contar a si mesma para superar um trauma.

Já faz algumas semana que terminei de ler este livro, mas só agora estou conseguindo refletir melhor sobre esta história, refletindo o suficiente para escrever esta resenha. Não é segredo para ninguém que eu adoro a Gillian Flynn, e esse livro foi um divisor de águas na literatura dela, na minha opinião. Deixou o amadorismo de Objetos Cortantes e mostrou a que veio, antes mesmo de Garota Exemplar.

Lugares Escuros conta a história e Libby Day. Quando Libby tinha sete anos, seu irmão mais velho, Ben Day, matou toda a sua família no que ficou conhecido como Massacre Satânico. O depoimento intrigante de Libby foi o que colocou o irmão na cadeira por quase 25 anos. Libby viveu, depois do julgamento do irmão, indo de casa em casa, ora vivendo com a tia, ora com outros parentes. Ao atingir a maioridade, recebeu uma enorme quantia de dinheiro advindo de doações de pessoas que se compadeceram de seu caso.

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JonBenet Ramsey, caso famoso de assassinato nos
EUA que a autora já citou em seus livros.
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Lyle Stevik, um dos suicídios mais crípticos
dos EUA. Essa foto é uma reconstituição
facial. Curiosamente o nome
de um dos personagens deste livro.
 SEM IMAGEM: Um caso que eu tenho certeza de que inspirou a autora para escrever este livro. NÃO CLIQUE se não quiser ler spoilers sobre a trama, mas caso já tenha lido ou queira saber mais sobre True Crime após ler esse livro, dê uma olhada nesse link.

Agora Libby tem 32 anos e seu dinheiro está acabando. Ela tem depressão e não consegue trabalhar ou estudar, e não sabe o que será de sua vida. Eis que um garoto chamado Lyle entra em contato com ela. Ele é de um grupo de fãs de true crime chamado The Kill Club. Nesse clube, várias pessoas encenam grandes assassinatos ou mistérios, investigam mistérios não solucionados e, no geral, gostam de conhecer histórias de crimes e mistérios reais. Ele é obcecado pelo Massacre Satânico dos Day e quer entrevistar Libby. Está disposto a lhe pagar por isso.

(Vou fazer um adendo aqui: eu adoro true crime. Adoro ler sobre casos famosos de assassinato e desaparecimento, adoro documentários sobre o assunto, adoro mesmo. Sei que nem todos gostam desse tipo de coisa, e ninguém é obrigado a gostar, mas não me apeteci muito da forma como a autora retratou algumas das personagens do Kill Club. Faço parte de várias comunidades on-line de true crime e as pessoas por lá são sempre gentis, nenhuma quer bancar o detetive particular e raramente alguém aparece fazendo comentários danosos, e sempre que isso acontece a pessoa é banida rapidamente. Sempre respeitamos as vítimas e famílias das vítimas. Sempre respeitamos as investigações policiais. Aliás, quase certeza de que a autora é fã de true crime ela mesma, por ter mencionado JonBennét Ramsay em Objetos Cortantes várias vezes e pelo fato desse personagem fã de true crime em Lugares Escuros se chamar Lyle.)

Libby a princípio não gosta da ideia de se expor desta forma, mas ela precisa de dinheiro e aceita ir a algumas reuniões. Logo ela percebe que muitas pessoas que são fãs de seu caso acreditam que seu irmão é inocente, e que Libby poderia ajudar a livrar seu irmão das acusações. Muitos culpam Libby por aprisionar uma pessoa ótima e inocente. Mesmo ela sendo uma criança na época dos assassinatos.

Libby não sabe o que pensar. Ela era criança e poderia ter sido coagida a mentir por promotores de justiça malucos por casos satânicos dos anos 80 e pela tia, que cuidava dela na época. Ela nem tem certeza se viu Ben matar a família, como afirmou em seu depoimento. Libby decide então entrar em contato com seu irmão pela primeira vez depois de duas décadas, e decide também investigar o que realmente aconteceu em seu passado.

  

O livro é alternado entre o ponto de vista da Libby no presente e o de sua mãe e irmão, Patty e Ben Day, no passado. Patty e Ben narram tudo o que lhes aconteceu nas 24 horas anteriores ao assassinato. Conforme avançamos na leitura, as descobertas de Libby cruzam com as revelações dessas personagens.

Eu adorei o livro, mas com algumas ressalvas. Eu geralmente não gosto desse negócio de capítulos alternados por que os autores costumam terminar o capítulo do Personagem X com um cliffhanger e depois temos que ler 20+ páginas do Personagem Y até chegarmos a outro capítulo do Personagem X. Eu adorei os capítulos da Patty e do Ben, mas às vezes me irritava ter que esperar para saber o que aconteceria em seguida na investigação da Libby.

Fora isso, o final do livro foi... Corrido. Reparei que a Gillian Flynn tem certa dificuldade em elaborar seus finais. Eu adorei a conclusão do caso, adorei saber a verdade, mas um aspecto (que é spoiler, não vou mencionar) foi muito vagamente exposto, e eu queria saber mais sobre isso. O livro infelizmente acabou logo em seguida.

A pesar dessas pequenas ressalvas, eu realmente adorei a história. A história foi menos nojenta que Objetos Cortantes, e menos intrincada que Garota Exemplar, mas na minha opinião teve a quantidade certa de mistério, intriga e suspense. Adorei a leitura e espero ansiosamente para ler outros livros dessa autora maravilhosa!

Aliás, adoraria ler um livro protagonizado pelo Lyle, acho que ele tem muito potencial.