segunda-feira, 14 de março de 2016

Resumo do livro Édipo Rei, de Sófocles


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Olá pessoal, tudo bom?

Um tempo atrás eu fiz um post resumindo o livro Jonathan Strange & Mr. Norrell (clique aqui para ler). JS&MN é um livro ENORME e cheio de detalhes, e enquanto eu o li eu ia tomando notas de acontecimentos importantes de cada capítulo, e o resumo ficou bem completo.

Eis que em novembro de 2015 meu professor de Estudo dos Clássicos, Marco, me deu algumas aulas interessantes sobre as grandes histórias épicas e sobre as tragédias gregas, que foram os pilares da literatura ocidental, e ele pediu para nossa sala (faço Letras) ler a peça Édipo Rei, de Sófocles, para que fizéssemos uma prova sobre a mesma. 

Édipo Rei é uma tragédia grega. Como toda boa tragédia grega, é uma história na qual o herói tem um dualidade ocorrendo dentro de si, um desequilíbrio, a Hybris. Infelizmente, o herói trágico nunca é capaz de alcançar o equilíbrio que consertaria sua falha tágica, sua Harmartya. No caso de Édipo Rei, seu desequilíbrio não partiu exclusivamente de dentro de si, mas também dos deuses, ou seja, ele estava predestinado a ter um fim trágico.

Existe uma diferença, ainda que sutil, entre uma história trágica e uma história épica. Elas não representam o mesmo tipo de história. Enquanto na história épica nós encontramos grandes heróis que vivem aventuras infinitas, na história trágica nós temos heróis que acabam encontrando um destino aterrorizante e sofrem terríveis consequências a partir disso.

Édipo, nosso herói trágico em Édipo Rei, influenciava e espelhava a sociedade grega naquela época nos campos da política, da religião e da economia. Se as coisas estavam indo mal na política, por exemplo, era comum que os escritores de peças (nota-se que Édipo Rei é da época em que os gregos já não eram mais uma cultura ágrafa, e os aedos, os poetas escolhidos pelas musas, eram escassos) escrevessem histórias que tentassem mostrar algo de errado na sociedade e que fizesse com que aqueles que fossem assistir à peça refletissem sobre o cenário atual grego.

Édipo Rei é uma peça simples que segue um desenrolar simples: no começo, nós somos apresentados ao grande problema que será desmembrado durante a peça (a grande peripécia). Em seguida, ocorre o desenvolvimento da trama, onde segredos são revelados e tudo o que deve vir à tona, vem à tona. Por fim, o final conclui tudo o que foi mostrado na peça até o momento de forma trágica, induzindo à reflexão e até mesmo ao horror.

Agora que já contextualizei vocês um pouco, vou colocar a ficha técnica do livro e meu resumo detalhado dele. É óbvio que o resumo contém spoilers, então se você ainda não leu o livro e não quer ser fuzilado com spoilers, não leia a partir daqui. Se você já leu o livro ou está lendo e está tendo alguma dificuldade para entender a história, talvez este resumo te ajude!

Autor: Sófocles
Título original: OΙΔΙΠΟΥΣ ΤΥΡΑΝΝΟΣ
Editora: Difel
É bom?: ★★★★★
Páginas: 185

Sinopse: Sófocles (495 a.C. - 406 a.C.) nasceu e morreu em Atenas, na Grécia, e foi um dos maiores intelectuais da antiguidade clássica. Autor prolífico e consagrado em seu tempo, produziu cerca de 120 peças das quais restaram conservadas apenas sete, entre as quais, Antígona, Ajax, Electra e Édipo Rei, talvez a mais célebre de todas as tragédias. Atormentado pela profecia de Delfos, de que iria matar o pai e desposar a mãe, Édipo tenta – inutilmente – fugir de seu destino...






PERSONAGENS:

O Rei Édipo - O Sacerdote - Creonte (cunhado de Édipo) - Corifeu - Jocasta (mulher/mãe de Édipo) - Tirésias (o vidente) - Rei Laios (pai de Édipo) - Políbio e Mérope (pais adotivos de Édipo) - Escravo - Mensageiro - Servo - O Coro.

-> O livro começa quando o Sacerdote pede que Édipo acabe com a praga que assola Atenas. Édipo pede que seu cunhado, Creonte, consulte o oráculo em seu lugar para descobrir o que tem causado essas pragas, mas Creonte desaparece por um tempo.

Quando Creonte volta ele diz que, para salvar Atenas, eles devem livrar a cidade de uma mácula. Devem purificar a cidade. Para isso, deve-se punir com a morte o assassino do príncipe Laios, o rei de Atenas antes de Édipo.

Laios morreu a caminho de Tebas. Édipo e Creonte discutem os motivos que o assassino teria e possíveis formas de encontrar o assassino. 

Eis que o coro entra. Ele clama aos deuses que os ajudem a sobreviver às pragas que assolam Atenas.

Édipo retorna em cena e diz a Corifeu que quer encontrar o assassino de Laios. Ele roga uma praga ao assassino, dizendo que ele deve sofrer e viver em miséria pelo resto de seus dias como forma de punição pelo terrível crime.

Corifeu diz que, por boatos, Laios foi morto por viajantes. Tirésias, um vidente cego e velho, é convocado para ajudar Édipo na busca pelo assassino. Tirésias, ao encontrar com Édipo, se recusa a falar o que viu em suas divinações. Depois de ser acusado de assassino por Édipo, Tirésias diz que o próprio Édipo é o culpado das pragas em Atenas. Tirésias declara que Édipo é o assassino de Laios.

"Tu és teu próprio inimigo"

Tirésias acusa Édipo de não conhecer quem é, quem são seus pais ou qual sua história.

O coro volta: eles indagam se Édipo seria mesmo capaz de tais acusações.

Creonte briga com Édipo por causa de Tirésias, mantendo sua palavra sobre o vidente. Creonte tenta convencer Édipo de que não quer roubar seu lugar como rei, mas Édipo não quer ouvir a razão.

Jocasta, mulher (e mãe) de Édipo, irmã de Creonte, entra em cena. Após discutir mais, Creonte sai para nunca mais voltar. Jocasta conta para Édipo como dizem que Laios foi morto: por um bando de viajantes, perto de Delfos e Dáulis, pouco antes de Édipo se tornar rei.

Édipo começa a acreditar que possa ter matado Laios. Jocasta parte em busca de um escravo que tinha sido a única testemunha da morte de Laios, e enquanto isso Édipo passa um tempo questionando a si mesmo.

Édipo tinha recebido uma profecia que dizia que ele mataria seu pai (Laios, a pesar de achar que era Políbio, seu pai adotivo) e casaria com sua mãe (Jocasta, a pesar de ele achar que era Mérope, sua mãe adotiva). Por causa dessa profecia, Édipo fugiu da pequena cidade onde morava e se mudou para Atenas. Fez isso para impedir que a profecia se realizasse.

Jocasta retorna com o escravo. Ele conta que, quando Jocasta teve um bebê, ela recebeu uma profecia que dizia que o seu filho mataria o pai (Laios), e com medo de que isso acontecesse ela pediu que o escravo matasse a criança. O escravo não foi capaz de tal ato, e deu a criança para um casal pobre criar (Políbio e Mérope). A criança era Édipo.

Com toda a revelação de patricídio, assassinato e incesto, Jocasta comete suicídio e Édipo fica louco, arranca seus próprios olhos e declara que apenas agora é capaz de ver quem ele realmente é. Corifeu isolou Édipo para que ele morresse longe de tudo e todos. Édipo morreu acreditando que tinha sido uma vítima cruel, uma marionete dos deuses, com um futuro infeliz do qual não foi capaz de escapar.
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A peça termina assim. Minha humilde opinião é que, a pesar do livro ser um grande clássico da literatura, há muitos furos no roteiro e uma estranha continuidade nos fatos da história. Acredito que poderia ter havido mais emoção (pois a peça toda se baseia apenas em conversas e debates, não há ação nenhuma) e os personagens poderiam ser mais bem desenvolvidos. Não vi o Grande Édipo, capaz de resolver todos os mistérios. Vi apenas um homem mimado que se recusa a ouvir opinião de terceiros.

De qualquer forma, o livro é bom para se entender como o teatro funcionava naquela época. Para quem tiver interesse em ler o livro na íntegra (ele é bem curtinho, eu li em uma madrugada) existem vários e-books grátis (já que a peça foi escrita há mais de dois mil anos, é material cultural público). Clique aqui e você será direcionado para uma versão em e-book de Édipo Rei.

Espero que tenham gostado do resumo, espero que tenha sido útil de alguma forma! Beijos, e até o próximo post :*


Um comentário:

Olá, ser (in)humano! Tudo bão?
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