sábado, 28 de fevereiro de 2015

Desafio de leitura 2015 - Fevereiro


Saudações, leitores e leitoras!

Estamos de volta com o Desafio de Leitura 2015. Tudo começou quando eu decidi ter algumas leituras diferenciadas durante o ano e bolei uma lista com vários desafios. Em janeiro eu cumpri 11 dos 36 itens da lista. Vamos ver quais eu eliminei em fevereiro:

Legenda:
Azul - Não cumprido
Preto - Cumprido em outro mês
Vermelho - Cumprido neste mês

1) Ler um livro com mais de 600 páginas
2) Ler três livros clássicos
3) Ler um livro que virou filme Capitães da Areia, de Jorge Amado
4) Ler um livro que virou seriado
5) Ler o primeiro livro da série Game of Thrones
6) Ler um livro cujo idioma original é o espanhol
7) Ler um livro com números no título
8) Ler um livro escrito por alguém com menos de 30 anos Legend, de Marie Lu (hoje ela tem 30 anos, mas quando publicou o livro tinha 27)
9) Ler um livro com personagens não humanos O Herói Perdido - Rick Riordan (tem deuses, semideuses e monstros)
10) Ler um livro de comédia O Xangô de Baker Street, de Jô Soares
11) Ler um suspense/mistério O Xangô de Baker Street, de Jô Soares
12) Ler um livro de contos e/ou crônicas As Crônicas de Bane, de Cassandra Clare, Sarah Rees Brenan e Maureen Johnson
13) Ler um livro oriental
14) Ler uma biografia  Não entre em pânico - Neil Gaiman
15) Ler uma autobiografia O Salmão da Dúvida - Douglas Adams
16) Ler um livro nacional contemporâneo
17) Ler o livro de estréia de um autor Legend, de Marie Lu
18) Ler um livro que faz parte da lista do Charlie de as Vantagens de Ser Invisível
19) Ler um livro recomendado por um amigo Capitães da Areia, de Jorge Amado, que meu namorado elogiou tanto que eu PRECISEI ler
20) Ler uma fantasia medieval
21) Ler um livro que é o spin-off se uma série
22) Ler um livro em um dia Legend, de Marie Lu, tão legal que nem dá para largar
23) Ler um livro que se passe num lugar que quero visitar O Salmão da Dúvida, de Douglas Adams. Antes de ler o livro nem sabia que queria visitar. Ele conta sobre uma ilha paradisíaca incrível na Austrália, em que você pode nadar ao lado de enguias! Quero muito visitar esse lugar.
24) Ler uma trilogia Trilogia Legend, adivinha o nome da autora!
25) Ler um livro com resenhas negativas
26) Ler um livro da minha infância O Pequeno Vampiro, de Angela Sommer-Bodenburg, um livro que me deixou sem dormir no auge dos meus sete anos
27) Ler um livro com triângulo amoroso Legend. É um triângulo amoroso sem muito drama desnecessário
28) Ler uma graphic novel Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Bryan Lee O'Malley. Li os dois últimos volumes.
29) Ler um livro de um autor que eu não conhecia Eleanor & Park, de Rainbow Rowell. Eu mal tinha ouvido falar da autora e foi o primeiro livro que li dela. Você pode ler a resenha dele clicando aqui.
30) Ler um livro emprestado

E nesse mês de fevereiro eu cumpri 6 itens da lista! Já foram 17 de 30, faltam apenas 13 itens. Esses foram os livros que li neste mês:

O Salmão da Dúvida Não Entre em Pânico Eleanor & Park Scott Pilgrim Contra o Mundo vol. 02 
Scott Pilgrim Contra o Mundo vol. 03 O Herói Perdido O Filho de Netuno

Fevereiro foi um mês de boas e péssimas leituras. Esses sete livros que li foram bem legais e eu verdadeiramente adorei todos, mas eu também tentei ler Cartas de Amor aos Mortos, que eu odiei e não passei a metade, e Mariah Mundi, que eu achei muito chato e desisti de ler a trilogia. No post em que apresentei o Desafio de Leitura 2015 eu disse que tinha 22 livros para ler em casa e que eu tinha que terminar pelo menos esses até o fim do ano. Já li vários, desisti de ler outros (por motivos de desistência, caso de Mariah Mundi) e agora me restam 9 livros dos 22. Espero conseguir cumprir todos os desafios e ler todos esses 9 livros restantes =D

Até o próximo post ;)

Crianças nascidas no ano 2000 nunca
vão se preocupar com esquecer a idade
que tem.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

8 motivos pelos quais Avatar - A Lenda de Korra é INCRÍVEL


Olá, olá, olá! Como vai você?

Hoje eu vim aqui falar sobre essa série/anime incrível chamada Avatar - A Lenda de Korra. Você provavelmente já ouviu falar da história de Avatar com A Lenda de Aang, que passava na TV Globinho de manhã há uns anos atrás. Korra é a Avatar da geração seguinte à de Aang. Um Avatar novo só surge quando o antigo morre, então já sabemos que Aang não vai aparecer vivo nessa série.

Lembro que, na época em que A Lenda de Korra começou a ser exibida, muita gente tinha preconceito com a história e não queria uma história sem os personagens clássicos (Aang, Katara, Sokka, Toph e Zuko). Eu mesma pensei que a continuação era apenas uma maneira da Nickelodeon ganhar dinheiro e não queria assistir. Eu agradeço muito por estar errada.

Este post contém spoilers. Não são spoilers que vão te impedir de se surpreender com a série, no entanto. Mas se você não gosta de spoilers, não leia o post. 



1) Roteiro brilhante, cheio de ação, drama e comédia

Korra é a Avatar que veio logo depois de Aang. O Avatar Aang foi um um dos mais importantes da história dos Avatares, pois ele acabou com a guerra com a Nação do Fogo e trouxe a paz de volta ao mundo. Ele também era o último dos Nômades do Ar, então ele recomeçou toda uma nação e seus costumes. Assim fica difícil para Korra ser considerada uma boa Avatar, certo? Na verdade, na minha opinião, Korra é tão boa quanto Aang, se não melhor.

Na primeira temporada, Korra já domina completamente a água, a terra e o fogo, e agora só falta aprender a dobrar o ar. Ela vai para a Cidade República aprender com Tenzin, ninguém menos do que o filho de Aang, a nova dobra. Mas, chegando lá, Korra tem que lidar com os Igualistas, cujo objetivo é, junto de seu líder Amon, retirar a dobra dos dobradores e fazer com que todas as pessoas sejam iguais iguais. Ninguém mais terá medo ou sofrerá abuso por parte dos dobradores. 

Claro que a ideia de Amon não é tão ruim assim, mas tirar a dobra das pessoas, além de estar tirando uma parte importante da vida de muita gente, também pode ser ruim para o mundo. Afinal, a energia elétrica gerada vem dos dobradores de raio, a polícia da cidade dobra metal, os maiores curandeiros são dobradores de água, etc. Korra tem que impedir os Igualistas. 

Então você imagina: bom, com certeza A Lenda de Korra vai ser uma história cheia de lutas. Pois se você pensa assim, está absolutamente correto. Mas não é só isso. Claro que há muita ação em todos os quatro livros de Korra, mas também há muito drama (quando Amon quase tira as dobras de Korra, por exemplo) e comédia (Bolin. Tipo, sério, Bolin <3). 

   

 

 

2) Os personagens

Sem dúvida A Lenda de Korra tem os personagens mais incríveis de todos os tempos! Temos a protagonista Korra, uma garota jovem que já nasceu sob o estigma de ter que trazer equilibro ao mundo. Korra é uma das personagens principais mais poderosas que eu já vi em um trabalho de ficção. Ela é forte, inteligente, sabe tomar decisões e, mesmo agindo como criança de vez em quando, ela realmente se esforça para conseguir as coisas em que acredita.

Temos também o novo "time Avatar". O antigo time Avatar era constituído pelo Aang, Katara, Sokka, Toph e Zuko. No novo time nós temos Korra (a Avatar), Mako (o dobrador de fogo), Bolin (o dobrador de terra), Tenzin (o dobrador de ar, filho de Aang e Katara) e Asami (que não dobra nenhum elemento mas é uma ninja, além de ter vários apetrechos tecnológicos). 

Nos personagens secundários encontramos Lin Beifong, uma das filhas de Toph Beifong, que é a chefe da polícia na Cidade República. Ela é uma dobradora de metal/terra poderosíssima e nunca leva desaforo pra casa. Os filhos de Tenzin, Jinora, Meelo e Ikki tem uma participação essencial na série, e todos são dobradores de ar. 

E, é claro, dentre muitos outros personagens que eu podia citar aqui, devo dar preferência aos vilões. Todos os vilões são absurdamente espetaculares. Amon, Unalaq, A Lótus Vermelha e Kuvira. Todos eles são tão reais, diferente de outros vilões que você vê por aí, que são maus, fazem maldades e pronto. Esses vilões são demais! Mas isso eu deixo para outro tópico.





3) Interação entre os personagens (família, amizade, conflitos)


Acho incrível como várias famílias, sem ser necessariamente de sangue, se formam entre os personagens de Avatar. 

Temos, por exemplo, o Tenzin. Ele é o único dos três filhos de Aang e Katara que dobra o ar. Ele se casou com uma não dobradora chamada Pema e juntos tiveram três filhos dobradores de ar: Jinora, Meelo e Ikki. Na verdade ele tem um quarto filho também, mas ele é bebê e não sabemos se é dobrador ou não. Enfim, o fato é que só a família de Tenzin em si já é muito unida, e Tenzin se esforça muito para ensinar os filhos os valores dos Nômades do Ar (afinal, eles vão ter passar isso para seus filhos e netos também, para propagar a cultura de uma nação que quase foi perdida).

Mas a família de Tenzin acolhe Korra em determinado momento e você sente que Tenzin tem, de fato, alguma ligação sanguínea com Korra. Na verdade, quando assisti a primeira temporada, eu realmente achei que ele era tio dela ou algo assim, por que a relação que eles tinham era de uma família de verdade.

Os pais de Korra não aparecem tanto, mas também são importantes para a série. Na terceira temporada, quando Korra está prestes a morrer (eu disse que esse post tinha spoiler, nem vem) o pai e Korra está com ela em seus braços e diz a ela o quão incrível ela foi, que será uma Avatar jamais esquecida. Imagina o valor disso numa família!

Vemos também a relação de irmandade entre Bolin e Mako, que de fato são irmãos. Os dois cresceram sem os pais e cuidam um do outro em todas as situações, e é incrível ver como os dois são bons lutando juntos. Asami só tem o pai e, mesmo descobrindo que ele conspirava com o inimigo, ela foi capaz de perdoá-lo no final. Acho importante que mais histórias mostrem o amor de família, ao invés de dar foco apenas no amor romântico, como acontece muito por aí.


 
 
 

4) As mulheres mais incríveis de todos os tempos

A Lenda de Korra tem as personagens femininas mais incríveis de todos os tempos. Em todo trabalho de ficção mais atual você é capaz de encontrar uma ou duas mulheres incríveis. Nos heróis da Marvel temos a Viúva Negra (que nem tem filme próprio, mas vamos continuar rezando), na DC temos a Mulher Maravilha e a Mulher Gavião (falo do desenho da Liga da Justiça que passava no SBT, haha) e em séries de TV geralmente os homens lideram (por exemplo, Sobrenatural, onde todas as mulheres que tiveram alguma importância significativa no roteiro morreram ou desapareceram) (eu amo Sobrenatural, mas vai dizer que estou mentindo?).

Em Korra isso é diferente. Já começa pela própria protagonista, que é mulher e chuta a bunda de literalmente todo mundo na série. Korra dobra todos os quatro elementos com excelência, sabe lidar com os espíritos e resolveu mais tretas do que os últimos 15 Avatares, provavelmente. Eu quero uma camiseta com os dizeres "Korra para presidente!".

Temos Asami, que não tem nenhuma dobra mas é uma das personagens femininas mais espetaculares de todos os tempos. Ela é uma ninja, super inteligente, manja de engenharia mecânica e elétrica, e é a mulher mais bem sucedida de toda a série e que não pertence à realeza. Acho que muita gente olha torto para a Asami por ela ser bonita e ter nascido rica, mas depois que o pai dela foi preso ela teve que comandar as Indústrias do Futuro sozinha e ela fez projetos incríveis, tipo aquelas armaduras mecha que vemos na quarta temporada. Repito, ela fez isso SOZINHA. "Asami para vice presidente!".

Nas personagens secundárias temos a Lin e Suyin Beifong, irmãs e filhas de Toph, que no começo não se dão bem mas juntas conseguem derrotar vários inimigos. Lin comanda a polícia e é super forte, também chuta a bunda de todas as pessoas. Já Suyin escolheu casar e formar família, mas isso não a impede de ser uma lutadora incrível! As duas são mais legais ainda pois, em um determinado momento, a própria Lin está disposta a morrer para salvar Korra e Suyin consegue perdoar e cuidar do filho que traiu toda a sua família por uma mulher. Sério, você precisa ser muito forte para fazer uma coisa dessas.

Jinora merecia um post especial. Ela é a filha mais velha de Tenzin e é uma dobradora incrível, é especialista em entrar e sair do mundo dos espíritos e fazer projeção astral, ela ajuda Korra em diversos momentos e lidera todos os aprendizes a dobradores na terceira temporada numa batalha. Isso por que ela é apenas uma CRIANÇA. O momento em que ela ganha as tatuagens é um dos mais emocionantes da série, e não posso deixar de pensar em como ela parece com Aang.

Eu poderia gastar mais uns 10 parágrafos falando e todas as mulheres incríveis, mas vou deixar você assistir o seriado mesmo.






5) Os vilões

Como dito anteriormente, os vilões de A Lenda de Korra são incríveis. 

Na primeira temporada temos Amon, o líder dos Igualistas. Ele acredita que os dobradores abusam de seu poder e muitos usam sua dobra para ameaçar e subjugar os não dobradores. Amon acredita que a paz só será encontrada quando todas as pessoas do mundo forem não dobradoras. Mas quanto a isso não tem muito o que se fazer, certo? Errado. Amon diz que recebeu dos espíritos o poder de retirar a dobra de alguém apenas tocando a pessoa, o que ele prova diversas vezes, tirando dobras de dezenas de personagens. Amon tem uma história muito interessante, que eu não vou contar aqui (só por que eu disse que esse post tinha spoiler não sou obrigada a dar spoilers u.u), e ele é um dos melhores e mais profundos vilões que eu já conheci. O jeito que ele queria que o mundo fosse pode se comparar bem ao comunismo: todos iguais, com as mesmas chances e oportunidades. No entanto, ele aplica uma forma muito abusiva de comunismo, o que nunca é bom para uma nação, pois vira uma ditadura.

Unalaq é o tio de Korra e o líder da Tribo da Água do Norte. Ele percebeu que os espíritos estão se libertando do Mundo dos Espíritos e estão se misturando com o nosso mundo. Ele diz que pode ensinar Korra a dominar esses espíritos e controlá-los. Ele também nos informa sabiamente que a Convergência Harmônia, o alinhamento dos planetas, está prestes a acontecer e que isso vai abrir completamente os portões do mundo dos espíritos. Na verdade, Unalaq é maluco e acredita que os Avatares, incluindo Korra, são completamente inúteis e ele quer revolucionar o mundo. Ele descobre que existem dois espíritos: o espírito da ordem (Raava) e o do caos (Vaatu). Raava é o espírito que faz o Avatar encarnar em uma pessoa a cada geração e lhe dá o poder dos quatro elementos. Unalaq quer que Vaatu entre nele e o torne o Avatar das trevas. Ele quer dominar todo o planeta e quer que todos louvem Vaatu e ele, o que se assemelha muito à teocracia, a pesar de haver vários traços de fascismo em seu plano de governo.

Na terceira temporada temos a Lótus Vermelha, uma organização que tentou capturar Korra quando ela ainda era criança, para matá-la. Os membros da Lótus Vermelha acreditam que os líderes (como a Rainha da Terra, os líderes da Tribo da Água do Sul e do Norte, a Senhora do Fogo e a própria Avatar Korra) são prejudiciais para a nação e não defendem os interesses gerais, apenas os deles mesmos. A Lótus Vermelha é constituída por Zaheer, um dobrador de ar, Ghazan, um dobrador de terra que também dobra lava, Ming Hua, uma dobradora de água poderosa e P'Li, que dobra o fogo e também pode causar explosões com uma marca especial que tem na testa. Esses quatro personagens exibem uma forma distorcida do anarquismo. Zaheer queria que o povo fosse livre, que não tivesse nenhum líder tentando dizer como eles deviam fazer as coisas, mas estava fora de equilíbrio e acabou causando mais transtorno do que ajudando. Eles são os melhores vilões de A Lenda de Korra, na minha opinião,

Na quarta e última temporada temos Kuvira, uma vilã de fato cruel. Ela nasceu no Reino da Terra, é uma dobradora de terra e de metal e quer unificar todas as cidades e vilas em uma única grande nação. Parece até bom, não é? De fato, isso seria ótimo se Kuvira não estivesse pregando um regime fascista. Basicamente, Kuvira está disposta a dar remédio e comida (em troca de jovens para o exército e, é claro, a afirmação de que a cidade pertence à Nação Unificada) para as famílias. Mas se a cidade não aceita se juntar a ela, Kuvira ataca com seu exército até render todos e obrigá-los a fazer o que ela quer. 

Uma das maiores sacadas dos vilões de A Lenda de Korra é que todos eles tinham boas intenções, mas todos estavam fora de equilíbrio e fizeram coisas ruins em nome de sua ideologia. E Korra estava ali em todos os momentos para tentar consertar as coisas.


  


6) Personagens com doenças mentais e deficiência física


Acho que eu nunca vi um desenho animado dar tanto foco para personagens especiais. Na Lenda de Aang temos Toph, uma dobradora de terra super poderosa e que é cega. E em nenhum momento ela é uma coitadinha, ela chuta a bunda de todos. Temos também Zuko, que possui uma cicatriz enorme no olho esquerdo por causa de uma luta com seu pai. 

Em A Lenda de Korra nós temos Ming Hua, uma das membras da Lótus Vermelha. Ela é uma dobradora de água e não tem nenhum dos braços. Para compensar sua deficiência física, Ming Hua usa tentáculos gigantes de água nas lutas. Ela não é nenhuma coitadinha. E, é claro, ao longo de toda a saga nós vemos vários personagens secundários e até figurantes que usam cadeira de rodas, não tem um braço, etc.

Uma das coisas mais poderosas que acontecem na terceira/quarta temporada é que Korra entra em depressão profunda. Ela quase morreu nas mãos da Lótus Vermelha e, pior, quase morreu em estado Avatar, o que faria o ciclo avatar acabar. Korra sente que é inútil, acha que é a pior Avatar de todas e perde toda a fé em si mesma. E achei isso importante na série. Não é só uma história onde tudo dá certo, o bem vence o mal e todos ficam felizes. O bem pode até vencer o mal, mas o mal ainda afeta o bem. E, é claro, representar a depressão como uma coisa humana, não frescura (como geralmente acontece) é sempre bem vindo. 

 
  

7) A mitologia e as referências no mundo real


A cultura e a mitologia encontrada em Avatar vem de varias fontes mas, principalmente, do budismo. Temos reencarnação, o mundo dos espíritos, poderes ligados aos elementos da natureza, projeção astral, chackras, e mais um monte de coisas.

Toda essa carga cultural trás para a série um tom fantástico mas, ao mesmo tempo, muito ligado às culturas e nações orientais do mundo real. É interessante ver essas coisas sendo representadas na televisão, ainda por cima para crianças. Cria uma troca de culturas, mas sem roubar de suas origens.

Podemos ver que vários dos estilos de luta dos personagens são baseados em estilos de luta reais, como kung fu, taekwondo e até mesmo dança. Avatar é um misto de cultura e, ação, aventura e fantasia.

 

 


8) Representação e diversidade

Por último, mas não menos importante, temos MUITA, mas MUITA representatividade nessa obra. Representatividade é muito importante nos dias de hoje. Se você pegar desenhos, livros e quadrinho mais antigos vai encontrar a maior parte dos personagens sendo homens brancos e heterossexuais. As mulheres geralmente não são muito fortes ou inteligentes e estão lá mais para ser o par do mocinho. Era muito raro haver personagens negros em filmes e, se havia, era geralmente o criado ou um bandido (estou mentindo? Isso acontece até hoje nas novelas brasileiras).

Em Avatar isso é diferente. Os Nômades do Ar, por exemplo, são inspirados nos Budistas. A Nação do Fogo é inspirada do Japão, o Reino da Terra é inspirado na China feudal e a Tribo da Água é inspirada nos esquimós. Na verdade, não existem pessoas brancas em Avatar. How cool is that?


Como mencionado, Avatar tem personagens mulheres fortes, personagens com deficiências, doenças mentais e de raças diferentes. Temos uma miscigenação muito louca no desenho, e o mais importante: preconceito existe em Avatar, mas ele não e ignorado, é combatido.

Uma das coisas mais importantes da quarta temporada foi que duas personagens se mostraram bissexuais (Korra e Asami). Isso deixou fãs ao redor do mundo imensamente felizes e deu um fim diferente e inovador à saga.

Representar personagens de raças, sexualidade, gêneros diferentes é importante. Mostrar mulheres fortes/inteligentes é importante. Mostrar amizade, família e amor é importante. Mostrar diferentes culturas e diferentes pessoas é importante, principalmente em desenhos infantis. Isso ajuda a combater o preconceito, o ódio e a intolerância. Isso ajuda pessoas de raças, sexualidades e gêneros diferentes a se identificarem com os personagens e admirá-los. Isso ajuda no crescimento intelectual das crianças. Todos somos iguais, e devíamos ser em obras de ficção também. Avatar tem tudo isso e muito mais.

É isso, galera! Espero que tenham gostado da postagem. Acho que falei um pouco demais, mas é impossível usar poucas palavras na hora de elogiar Avatar. Espero que tenham vontade de assistir essa série =D

Beijos e até o próximo post ;)


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Eleanor & Park, de Rainbow Rowell

Eleanor & ParkAutora: Rainbow Rowell
Título original: Eleanor & Park
Editora: Novo Século
É bom?: ★★★★★
Páginas: 328

Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

Numa bela tarde de verão eu estava em frente ao meu computador refletindo sobre o que faria com meus créditos no Skoob Plus. A pesar de estar lotada de livros para ler eu sabiamente decidi solicitar Eleanor & Park, e basicamente foi assim que coloquei minhas mãos sobre este livro.

O livro chegou e logo eu quis lê-lo. Eleanor & Park tem um capa super fofa e é claro que uma frase do John Green recomendando o livro só ajuda.


Essa é uma foto que tirei antes de começar a ler o livro, usando desavisadamente
uma camisa da banda Joy Divison, que talvez você possa ver na foto.
O livro se passa nos anos 80 e conta a história de Eleanor e Park, dois adolescentes que vão para a escola no mesmo ônibus. Na verdade, Eleanor acaba de chegar e Park já usa o ônibus faz algum tempo. Park é meio coreano, sendo seu pai um veterano de guerra que conheceu a mulher na Coréia e trouxe-a para os Estados Unidos. Seus pais tem um bom relacionamento. Park é fã de bandas de rock, desde heavy metal, rock progressivo até o punk. Ele também gosta de histórias em quadrinhos. Eleanor tem uma família completamente desestruturada, morando com a mãe, o padrasto e quatro irmãos. Ela tem um jeito completamente diferente de se vestir, sem contar que seus cabelos não a ajudam a parecer exatamente normal. Assim como Park, Eleanor é viciada em rock, mas sua paixão literária é pelos romances.

É o primeiro dia de Eleanor na escola nova e ela não sabe em que lugar do ônibus se sentar. Logo começam a zombar dela por causa de sua aparência, mas eis que um garoto coreano, a contra gosto, diz que ela pode se sentar do seu lado. E é assim que começa uma diferente história de amor.


Eleanor e Park não conversam. Eles não trocam olhares e, basicamente, fazem de tudo para fingir que o outro não existe. Mas então, gradualmente, eles começam a prestar atenção um no outro. Eleanor não pode deixar de reparar no gosto por quadrinhos de Park e Park sempre está curioso para entender por que Eleanor tem um modo tão peculiar de se vestir. Aos poucos Park percebe que Eleanor está lendo os quadrinhos com ele e decide emprestar à garota alguns de seus favoritos para que ela possa ler. Logo os dois começam a discutir quais são seus favoritos e eis que nasce uma amizade.

Mas nada poderia ser simples para os dois. O padrasto de Eleanor é maluco e faz de tudo para que ela tenha uma vida miserável. Ele vive dizendo o quão gorda e feia Eleanor é demonstra o quanto a odeia. A mãe de Eleanor está completamente presa a este relacionamento abusivo e Eleanor tem medo do que pode acontecer com seus irmãos, que ainda são pequenos. Eleanor tem medo de dizer que tem um amigo (que pode ser mais que amigo, afinal) e começa a mentir para sua mãe, dizendo que vai para a casa de uma amiga.


"Só o que faço quando estamos separados é pensar em você, e só o que faço quando estamos juntos é entrar em pânico. Porque cada segundo parece ser tão importante. E porque sou tão maluca, não me controlo. Não sou mais minha, sou sua; e se você resolver que não quer mais me ver? Como pode me querer como quero você?"

Eleanor & Park é um livro inesperado. Tem uma narrativa em terceira pessoa que não te afasta dos personagens. De fato, a cada página que eu lia eu me sentia ainda mais próxima dos dois, conhecendo suas famílias, seus gostos, seus desejos e seus medos. Eu mal via as páginas passando enquanto lia, e queria muito saber o que ia acontecer em seguida.

Confesso que, quando comecei a leitura, não estava gostando muito do livro. Comecei a achar que não tinha nada de especial, como me fizeram acreditar, e que era apenas uma história de amor entre duas pessoas extremamente tímidas.

Mas conforme eu li o livro eu percebi que era algo diferente. Primeiro, por que nós temos representatividade. Eleanor não é o padrão de beleza mundial. Ela é alta demais, gorda, tem milhões de sardas no rosto, se veste de maneira inusitada, tem cabelos ruivos e ENORMES e é muito tímida. Park é filho de pai americano e mãe coreana, é bem magro, tem olhos amendoados, só usa roupas pretas e, mesmo sendo bonito, é bastante reservado. 

O livro também retrata um pouco do machismo que permeava nos anos 80, mostrando como as mulheres eram mais vistas como donas de casa e que não ser feminina era pretexto o suficiente para ser tachada como "sapatão". Nesse mesmo assunto, o livro permeia o dia-a-dia de uma família que vive com um pai abusivo, que não respeita nada nem ninguém e que só mantem a esposa por que ela tem medo do que ele é capaz de fazer. Acho que Rainbow Rowell foi muito corajosa por trazer uma assunto desses à tona.


"Park tocava as mãos dela como se fossem algo raro e precioso, como se seus dedos estivessem intimamente conectados com o restante de seu corpo. O que é claro, era fato. Difícil explicar. Ele a fazia sentir como se ela fosse mais do que a soma de suas partes."

Eleanor & Park é uma história sobre o fim da inocência, sobre primeiro amor, sobre escolhas. Acho que é difícil alguém ler este livro e não se sentir nem um pouco comovido.

Depois que terminei de ler eu fui procurar sobre o livro no tumblr e achei várias pessoas infelizes com o final e pedindo uma continuação. Eu, sinceramente, gostei do final, e acho que a autora não precisa esclarecer mais nada sobre a história. Mas, é claro, se ela decidir escrever algo, é claro que eu vou ler.


Por se passar nos anos 80 o livro tem várias referências a músicas e bandas daquela época.  Todas as músicas citadas no livro são incríveis, mas gostaria de chamar atenção para uma delas. A música se chama Love Will Tear Us Apart, do Joy Division. Além de ser uma música muito boa, acho que ela combina muito bem com o livro. E também ajuda muito o fato de que eu gosto da banda e que essa música é a minha favorita deles! 



Enfim, espero que tenham gostado da resenha! Não esqueça de deixar seu comentário ;)
Beijos e até a próxima :*