quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Invisível, de David Levithan & Andrea Cremer

InvisívelAutores: Davkd Levithan e Andrea Cremer
Título original: Invisibility
Editora: Galera Record
É bom?: ★★
Páginas: 322

Sinopse: Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth.








Antes de começar essa resenha eu gostaria de falar um pouco sobre o aspecto da invisibilidade. 

Eu tenho três irmãos, todos homens, e desde sempre isso foi uma grande limitação na minha vida quando o assunto era brincadeiras. Eu sempre tinha que ser o power ranger rosa, sempre tinha que ser a princesa em perigo (mas que saco) e SEMPRE tinha que ser a Mulher Invisível quando brincávamos de Quarteto Fantástico. Eu detestava ser a Mulher Invisível por que, sério, quem é que prefere ter o poder de invisibilidade quando você pode BOTAR FOGO NAS COISAS, BOTAR FOGO EM VOCÊ MESMO E VOAR?

Tá que, fora ser invisível, a Mulher Invisível também pode criar uns escudos de energia, mas VOCÊ ACHA MESMO que três meninos levados iriam ligar pra um escudo de mentira quando eles tem MÃOS DE PEDRA e CHAMAS imaginárias indo de encontro a você? Tá, vai nessa.

Sempre gostei mais do Tocha Humana
Outro motivo pelo qual decidi trazer à tona o assunto dos quadrinhos é que Elizabeth (a.k.a. Jo), a personagem feminina principal deste livro, é uma QUADRINISTA! Deixe-me escrever um parágrafo inteiro sobre como isso é simplesmente fabuloso: geralmente a gente pega umas personagens femininas muitos estereotipadas em livros de drama adolescente. Sempre são as garotinhas apaixonadas ou em busca de seu único e verdadeiro amor, e sempre tem a personalidade de um torrão de açúcar (deixando bem claro que o problema não é procurarem pelo amor verdadeiro, mas sim ter a personalidade de um torrão de açúcar. Todos nós procuramos pelo amor verdadeiro, acho). Elizabeth quer, de fato, um novo romance em sua vida (uma vez que o anterior foi um fiasco), mas seu objetivo maior de vida é ser uma quadrinista famosa. E eu acho isso maravilhoso, pois, a pesar de estarmos no século XXI e tals, ainda existe este estigma no mundo dos quadrinhos e mangás (tipo, mangás shoujo no japão, os "mangás para meninas", são sempre escritos por mangakás mulheres - o que é legal pra caramba -, mas quando uma mulher decide escrever um shonen, os mangás para garotos, todo mundo fica super espantado. Dois shonens incríveis escritos por mulheres são Ao no Exorcist e Fullmetal Alchemist).
Resumindo: a Elizabeth é quadrinista e isso é awesome.



Invisível conta a história de Stephen, um garoto que nasceu invisível. Ele é COMPLETAMENTE invisível, não é tipo aquelas sombrinhas de desenho animado. Ninguém nunca foi capaz de vê-lo, nem seus pais, nem ele mesmo. O motivo pelo qual Stephen é invisível é desconhecido, mas ele sabe que 1) não é um fantasma e 2) existe de verdade.

A pesar de ser invisível, Stephen pode tocar em coisas ou pessoas, desde que se concentre as fazer isso. A mãe de Stephen sempre o ajudou a se manter concentrado, mas às veze sele acha alguma dificuldade em digitar o computador ou virar a página de um livro. 

Por causa de sua condição Stephen nunca teve amigos e nunca foi à escola. A mãe de Stephen sempre o ensinou tudo, e sempre o tratou como uma criança de verdade, sem privilégios. No entanto, a mãe de Stephen acaba morrendo, e o pai de Stephen decide fingir que o filho dele não existe e se muda para outra cidade. O pai dele paga as contas dele, do apartamento e alimentação, mas nunca mais o visitou. Stephen vive sozinho em Nova York.

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Estou morando sozinho! Estou morando sozinhooo!
Se fosse eu, eu FARIA A FESTA. Sério, morar sozinha com tudo pago seria perfeito; O pai de Stephen paga toda sua comida, seus livros, video-game, computador, TUDO. Consegue imaginar como isso é perfeito? Paga tudo sem questionar nada! Mas é claro que, para Stephen, essa vida não é o paraíso. Tudo o que ele quer é sair na rua e ser visto pelas pessoas, quer que alguém perceba que ele existe. Mas como ele é invisível isto esta fora de questão... Pelo menos até Elizabeth aparecer na vida dele.

Elizabeth é a personagem mais marota do livro todo, primeiro por que ela é uma quadrinista, segundo por que ela é engraçada. Elizabeth tem uma história de vida bem comum, na medida do possível: pais separados, irmão gay e um ex-namorado pé no saco. No entanto, seu irmão acaba de ser espancado na escola e seus pais se separaram por que o pai não aceita a sexualidade do filho. Elizabeth, sua mãe e seu irmão (Laurie) se mudam para Nova York, na esperança de uma nova vida.

E eles vão parar no apartamento ao lado do de Stephen.

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Coincidência? EU ACHO QUE NÃO!
Eis que um dia Elizabeth está tentando entrar em eu apartamento com trinta e seis mil sacolas quando derruba todas, e ela fica extremamente incomodada com o fato de que o garoto que mora logo ao lado está ali, parado na porta, apenas a encarando sem fazer nada.

Ao mesmo tempo, Stephen está petrificado. Ele não entende. Será que a garota está mesmo falando com ele? Será que agora ele é visível? Será que sua condição tinha prazo de validade? Stephen logo finge que nada está acontecendo e ajuda a garota, mas quando Elizabeth o convida para entrar e tomar uma limonada, o irmão dela, Laurie, diz que a irmã está louca, falando sozinha. Stephen vai embora como se nada tivesse acontecido, de volta à sua rotina de invisibilidade.

Mas a menina viu ele, não é? Ela consegue vê-lo por trás da cama de invisibilidade. Eles se tornam amigos e Stephen decide não dizer nada à garota sobre sua condição, mas E CLARO que isso só poderia dar muito errado.

É um drama adolescente que relata a sensação de não se encaixar, de não sentir que faz parte do lugar onde se vive, mas mostra esse sentimento ao extremo. E relata também como é quando essas pessoas que vivem às margens da vida social finalmente encontram alguém que é capaz de entendê-las e aceitá-las do jeito que são.

Além de ser um livro de drama ele também é um livro de fantasia (afinal, o cara é invisível, né?). Mas não posso me aprofundar nesse aspecto, pois daí seria spoiler. E dos bravos.

No caso de você não se importar com spoiler: O livro é sobre maldições. Stephen foi amaldiçoado (por isso é invisível) e Elizabeth é uma rastreadora, ou seja, ela é capaz de identificar maldições, por isso ela e capaz de ver Stephen. O livro gira em torno deles tentando arrumar um modo de quebrar a maldição, mas isso nem é a ponta do iceberg.

E um pequeno teaser, para quem leu Will & Will:

Eu vi o que você fez, David... :v
Uma teoria, que é spoiler: Se Will & Will se passa no mesmo mundo de Invisível, poderia o A. do livro Todo Dia, ser vítima de uma maldição?

E isso por hoje, gente! Espero que tenham gostado dessa resenha. Eu gostei muito do livro, e achei o final genial. Se você já leu o livro e quer discutir o final comigo, deixe um comentário.

Mas sério, o final foi muito bom. Meu Jesus.
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