quarta-feira, 2 de maio de 2012

Resenha de Cruzando o Caminho do Sol, de Corban Addison



Sita e Ahalya são duas adolescentes de classe média alta que vivem tranquilamente junto de seus familiares, na Índia. Suas vidas tranquilas mudam completamente quando um tsunami destrói a costa leste de seu país, levando com suas ondas a vida dos pais e da avó das meninas. Sozinhas, elas tentam encontrar um modo de recomeçar a vida. Mas elas não devem confiar em qualquer um...

Enquanto isso, do outro lado do mundo, em Washington, D. C., o advogado Thomas Clarke enfrenta uma crise em sua vida pessoal e profissional e decide mudar radicalmente: viaja à Índia para trabalhar em uma ONG que denuncia o tráfico de pessoas e tenta reatar com sua esposa, que o abandonou. 

Abrangendo três continentes e duas culturas, Cruzando o Caminho do Sol nos leva a uma inesquecível jornada pelo submundo da escravidão moderna e para dentro dos cantos mais escuros e fortes do coração humano.




Autor: Corban Addison
Titulo: Cruzando o Caminho do Sol

Editora: Novo Conceito

Número de páginas: 448

Há livros que te causam diversos sentimentos. Muitos livros servem para você rir, se divertir, passar o tempo, chorar com romances épicos, ficar ávido por fins de batalhas de espadas, mas Cruzando o Caminho do sol não tem nada disso. Ele, mais do que o primeiro romance de um autor extremamente promissor, é um livro para você refletir.

Os parceiros da Editora Novo Conceito sabem como os kits são lindos. Na minha humilde opinião, de todos os kits que eu já ganhei, esse foi o mais bonito de todos. Não há explicações, tudo captava perfeitamente a mensagem e o teor do livro.

Confesso que já li muitos livros de estréia. Tanto de autores nacionais quanto de autores internacionais. Muitos foram ótimos, outros foram medianos; uns poucos, péssimos. Mas Cruzando o Caminho do Sol é um dos pouquíssimos livros de estréia que nos deixam apaixonados pela escrita de um autor iniciante. Admito que sou uma grande fã da escrita de Corban Addison apenas com esta primeira obra.

O livro flui muito bem: mesmo sendo enorme(450 páginas), ele tem uma letra consideravelmente grande e o modo com o qual o autor conta sua história não nos deixa largar o livro, fazendo com que cada sentada queime cerca de 100 páginas.

O livro trata de uma realidade que, infelizmente, ainda assola a humanidade: o tráfico de seres humanos. O livro trás cenas lindas, cenas forte e revoltantes. Mas nunca me revoltei com o autor, apenas com os personagens. Dava vontade de entrar no livro, dar um tapa na cara dos bandidos e falar: "Você é doido, rapaz?".

O livro conta a história (fictícia)das irmãs Sita e Ahalya, duas garotas de família indiana de classe-média alta. Numa manhã que tinha tudo para ser comum, um tsunami atinge a costa onde moravam, matando toda sua família. 

Sozinhas e em busca de socorro, as garotas acabam indo parar nas mãos de homens mal intencionados, que pretendem levá-las para um bordel e usá-las como prostitutas - ou beishas, como se diz na Índia.

No bordel, as meninas são submetidas aos mais diversos tipos de situação. Ahalya logo de cara é comprada, mas tenta fazer de tudo para que sua irmã não seja corrompida também.

Do outro lado do mundo, o advogado Thomas enfrenta problemas com sua esposa indiana, Pryia. O pai de Pryia nunca aprovou o casamento dos dois, por que achava que Pryia deveria se casar com um homem indiano, com as qualidades mais divinas possíveis. Aos olhos do pai de Pryia, Thomas nunca foi bom o bastante para ela.

Eis que, depois do casal perder sua filhinha, ainda um bebê, e Thomas acabar trabalhando por tempo demais no consultório de advocacia, Pryia decide deixá-lo.

Thomas está decepcionado consigo mesmo quando o consultório onde trabalha dá a ele um ano de "férias". Mas sentar numa cadeira de praia e tomar um drink gelado é a última coisa que Thomas quer agora. Aceitando a folga da empresa, ele viaja até a Índia para trabalhar na Aces, uma empresa fictícia que combate o tráfico humano pelo mundo.
Thomas também vai até a Índia no intuito de se redimir com Pryia.

"Thomas ouviu, como sempre fez desde que nasceu, mas a passagem não significava mais muita coisa. Ele foi crismado, como qualquer garoto católico, mas o que aprendeu no catecismo foi se desgastando e desaparecendo durante seus anos em Yale. No mundo real, a única certeza era a dúvida." (Página 48)

Duas culturas completamente diferentes se cruzam em meio a um dos melhores romances que já vi, revelando (mais uma vez) o quão prejudicial a ignorância e o preconceito podem ser, o quão triste é o fato de grande parte dos governos do mundo ser extremamente corrupto e como a burocracia muitas vezes dificulta nossa vida ao invés de facilitar.

Mas engana-se quem pensa que tráfico humano e corrupção a favor de cafetões e cafetinas só existe na Índia: isso está por toda parte. O livro se passa em três continentes diferentes e, nos três, a corrupção e o tráfico sexual existem e são extremamente ativos. Chega a dar nojo da sociedade em que viemos.

O autor deixa bem claro que, mesmo a Aces sendo uma empresa fictícia, há muita gente lutando pelos direitos humanos nos mais diversos locais do planeta. Se você quer ajudar a combater o tráfico humano, acesso o site www.ijm.org.

Se você, assim como eu, acredita num mundo melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance. Como dizia meu professor de história, ajude e veja sua ajuda fazendo efeito. Se há um orfanato na sua cidade, doe roupas e brinquedos pra lá. Ajude a melhorar a merenda das escolas. Ajude e veja sua ajuda fazendo efeito.

Ninguém conseguirá resolver todos os problemas da sociedade. Não adianta você doar dinheiro para o Criança Esperança todo ano e achar que fez sua parte. Ajude e ESTEJA LÁ para ver sua ajuda fazer efeito.

Cruzando o Caminho do Sol aborda religiões distintas: budismo, hinduísmo, catolicismo. Não importa qual sua religião: nós todos devemos praticar o bem.

Como diria o sábio professor de história João Batista: A melhor religião para se seguir é a religião de seus pais.

"Como podia ser que, ao perseguir a honra, ele a houvesse perdido, e, ao mesmo tempo, ao perder o amor, ele houvesse começado a encontrá-lo novamente? Como podia ser que a mesma dor profunda, que uma vez lhe parecera tão destrutiva, agora ressurgisse trazendo bonança?" (Página 344).


Beijos,
N!

4 comentários:

  1. Ganhei este livro, e ainda não tinha lido nenhuma resenha do mesmo, e quando terminei de ler a sua, tive a certeza que vou adorar a leitura do mesmo. Bela resenha :)
    Garotas de Vidro é um livro que com certeza vou ler. Confesso que só a capa me deixa sem palavras!
    Beijos

    http://pollymomentos.blogspot.com.br/

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  2. Oi Pollyanna!

    Obrigado pelo elogio, eu tenho certeza que você vai amar este livro!

    Garotas de Vidro eu já tinha ouvido falar há muito tempo, engraçado que o título original é Winter Girls... Se não me engano é sobre garotas com distúrbios alimentares, deve ser ótimo!

    Beijos!

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  3. Oi!
    Linda a sua resenha. Eu já li "Cruzando o Caminho do Sol" e amei também.
    É um livro que só tem a acrescentar.
    Abraço...

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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